Que tal dar uma trégua para o seu coração? Ele também merece descanso!

Vejamos: o que acontece com nossos músculos logo depois da prática de exercícios físicos? Eles ficam doloridos e cansados. Certo? Agora, sabendo que o nosso coração também é um músculo, será que ele também reage da mesma forma? Será que ele também se cansa?

Bom, na verdade nós possuímos três tipos de musculaturas:

  • Esquelética: musculatura ligada aos ossos e tendões, responsável por controlar os movimentos voluntários. Também está ligada ao diafragma, que por sua vez apresenta movimentos involuntários.
  • Lisa: musculatura que age de forma automática, participando da digestão dos alimentos, ato de urinar etc.
  • Estriada: musculatura cardíaca que usa a mitocôndria para gerar energia. Ela apresenta um volume de mais de 35% de mitocôndria.

Em se tratando desta última musculatura e sua atuação cardíaca, é preciso que você entenda também o que são as mitocôndrias. Então, vamos lá: as mitocôndrias são as estruturas geradoras de energia; elas são encontradas no citoplasma celular. Essa energia é conhecida como ATP e sem ela a célula morre. Para produzir ATP, a célula necessita de oxigênio, coenzima Q10 (CoQ10) e ubiquinol (forma reduzida da CoQ10). Infelizmente, conforme envelhecemos, vamos perdendo a capacidade de produzir essas enzimas, o que acaba comprometendo a produção de ATP.

Quando praticamos atividades físicas de longa distância, a musculatura cardíaca é submetida a um grande desafio, gerando um aumento massivo do rendimento cardíaco. Isso deve ser sustentado por horas dependendo da intensidade da atividade praticada, o que acaba causando uma distensão das paredes cardíacas e promovendo quebras de fibras musculares.

Como os atletas não permitem que seus corpos se recuperem, o problema tende a piorar. Eles não dão a oportunidade do corpo descansar entre uma atividade e outra, causando um estado de pós-treino perpétuo o que gera um estresse oxidativo crônico.

A inflamação silenciosa tende a aumentar com a repetição desta agressão. Como consequência, há o aumento da formação de placas que surgem como defesa do organismo. Conforme o tempo passa, mais a lesão ocorre e o coração sofre com a hipertrofia e forma a fibrose nessa musculatura.

Cientistas têm avaliado o comportamento cardíaco de atletas depois de exercícios extremos. Eles têm mensurado um aumento de enzimas cardíacas exatamente como ocorre após um ataque do coração. Ou seja, esse tipo de exercício está lesando o coração das pessoas. E aqui cabe um alerta muito importante. O fato de você não sentir que o seu coração está cansado como os outros músculos, não significa que ele não esteja sendo agredido por este estresse.

Qual seria o melhor exercício para o coração?

Não podemos negar que a atividade física possui um efeito muito positivo para a musculatura cardíaca. Acontece que o exercício de resistência, como as maratonas, por exemplo, podem lesar o coração e aumentar o risco cardiovascular, pois é uma atividade contraprodutiva.

Ao contrário, os treinos de explosão de alta intensidade são seguros e mais efetivos para o seu coração, além de ajudar na perda de peso, condicionamento físico e saúde de forma geral. Esse tipo de atividade de treinos com alta intensidade, como eu descrevo no livro 20 Minutos e Emagreça, é feito numa fração de tempo mais eficiente e efetiva do que no exercício aeróbico convencional.

Basicamente, esse tipo de treino, com explosões curtas seguido de período de recuperação, cria exatamente o que o seu corpo precisa para ter uma ótima saúde, gerando a quantidade apropriada de estresse benéfico sem levar a exaustão e fadiga.

[divider]

Referências bibliográficas:

  • Intern Emerg Med 2006
  • J Appl Physiol June 2011
  • Circulation 2011
  • European Heart Journal 2012
  • Med Sci Sports Exerc July 2011
  • American Journal of Physiology May 9, 2012
  • Circulation 2006
  • Am J Cardiol October 2001
  • Arterioscler Thromb Vasc Biol May 2013
  • Clin Cardiol February 2012
  • Livro 20 Minutos e Emagreça. Editora Gaia

 

< Artigo AnteriorPróximo Artigo >