Tomar Café Realmente Acelera o seu Coração?

Você já ouviu falar de alguém que sente taquicardia quando toma café ou exagera na dose?

Que apresenta aquela sensação de agitação e ansiedade, e por isso evita qualquer tipo de cafeína?

Será que essa afirmação tem algum fundo de verdade científica?

Hoje a ciência já desvendou muito sobre o café, e vem a cada dia descobrindo mais detalhes sobre essa bebida.

Em geral, as notícias são sempre muito boas, e os estudos citam inúmeros benefícios do café, como já falei por aqui (veja alguns dos benefícios neste post especial). 

Mas um estudo recente resolveu testar se existe mesmo um “lado ruim”. No caso, com relação à arritmia.

Os pesquisadores da Universidade de San Francisco, nos Estados Unidos, avaliaram os dados de mais de 380 mil bebedores de café.

Eles analisaram tanto os hábitos de consumo, relatados pelos participantes, como também dados genéticos para entender qual o real risco de arritmia cardíaca.

Esse acompanhamento foi feito por 4 anos, e a resposta final pode não ser o que você está imaginando… 

Veja o que disse um dos autores, o cardiologista Dr. Gregory Marcus:

“Nosso estudo não encontrou nenhuma evidência de que o consumo de bebidas com cafeína aumentasse o risco de arritmia. As propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias do café podem desempenhar um papel, e algumas propriedades da cafeína podem ser protetoras contra algumas arritmias.”

Ou seja, no geral, é mais provável que o café proteja o seu coração, e não que o deixe mais acelerado.

Há apenas uma pequena ressalva, pois uma parcela ínfima dos participantes (cerca de 4%) desenvolveu a arritmia.

Mas isso também tem uma explicação. Vamos falar sobre isso…

Em quem o café pode causar efeitos adversos?

É importante lembrar que esse é um estudo geral, que mostra através das estatísticas de saúde dos bebedores de café que a bebida não é um risco isolado para se ter arritmia cardíaca.

Mas como também vimos no estudo, algumas pessoas podem apresentar esse problema. Por quê?

Na verdade, alguns indivíduos apresentam uma dificuldade na metabolização da cafeína.

É preciso entender que ela é metabolizada por uma enzima que está ligada a um gene específico (chamado CYP1A2). 

Cerca de 50% da população apresenta uma variação nesse gene que os faz ser mais lentos na hora de metabolizar a cafeína.

É nesses casos que pode acontecer algum tipo de reação, como arritmias, perda do sono e desconforto gástrico.

O que essa pesquisa mostrou, no entanto, é que na prática são pouquíssimas pessoas que de fato apresentam efeitos adversos.

Para saber se você está nesse grupo, a dica é reduzir o seu consumo de cafeína lentamente até chegar a zero e ficar assim por pelo menos 30 dias.

Depois, volte a tomar café ou consumir bebidas com cafeína e veja se vai ter reações como taquicardia, ansiedade, fadiga e falta de sono.

Se sim, possivelmente você metaboliza a cafeína mais devagar.

Caso contrário, não há nenhum problema em aproveitar o seu cafezinho. 

Pelo contrário, ele pode ajudar na garantia de uma Supersaúde!

Referências bibliográficas:

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