Qual o Melhor Probiótico para o seu Caso?

Pode lhe parecer surpreendente, mas 99% de nossos genes são de micróbios, e não cromossomos, como se poderia pensar.

Ou seja…

Somos compostos de 99% por micróbios!

Com isso, o melhor indicador de saúde é o seu microbioma intestinal ao nascimento, mesmo sendo alterado por dietas e exposições ambientais.

Atualmente, a imensa maioria das pessoas já entendeu a importância da sua flora intestinal, que influencia tudo na sua condição de saúde ou doença.

Mas o que eu vejo com frequência na clínica são pacientes que chegam fazendo uso de probióticos, o que acho excelente, porém a imensa maioria usa algo muito genérico, o que pode não garantir o máximo de benefícios.

Portanto, no mundo de hoje devemos tomar probióticos?

Com certeza!

Mas quais são as cepas corretas em cada caso?

É como dizer que você deve “comer comida” – algo muito genérico, pois não é qualquer comida, depende do seu perfil metabólico, alergias alimentares e objetivo nutricional.

Com os probióticos é a mesma coisa, pois precisamos saber a necessidade de cada um.

Não há uma cepa probiótica que seja a solução de todos os problemas, e por isso quero mostrar a vocês quais são as mais eficientes para cada condição de saúde. 

Os melhores probióticos para cada indicação     

Em termos básicos, quanto maior a ingestão de alimentos fermentados como iogurte, kefir, kimchi ou chucrute, maior é o suporte probiótico geral.

Mas em cada situação, há indicações especificas como:

Ansiedade          

A correlação cérebro-intestino, e vice versa, já é conhecida através da expressão “o cérebro é o seu segundo intestino”.

Tanto é que em momentos de tensão extrema é muito comum uma necessidade de se ir ao banheiro, ou se tem aquele “frio na barriga”, como muitos dizem.

Ou seja, sentimos as situações de desconforto ou medo através do intestino.

Neste caso, deve-se enfatizar:

–  Lactobacillus rhamnosus 

Sono e relaxamento

Algumas espécies de bactérias produzem serotonina, dopamina, GABA ou acetilcolina.

Apesar da maioria dos neurotransmissores produzidos no intestino não ter a capacidade de penetrar a barreira hematoencefálica, gerando o efeito cerebral, eles podem agir de forma indireta, pois influenciam a química e a fisiologia do cérebro através do nervo vago. 

Portanto, para melhorar seu sono e relaxar, enfatize probióticos que aumentem a produção do neurotransmissor GABA e reduzem o cortisol, como: 

–  Lactobacillus rhamnosus 

Síndrome do intestino irritável (IBS)       

A combinação de cepas gera melhor resultado:

– Saccharomyces boulardii

– Bifidobacterium lactis

– Lactobacillus acidophilus  

– Lactobacillus plantarum 

Refluxo gastroesofágico     

– Lactobacillus acidophilus 

Pode ser potencializado a resposta terapêutica associando-se:

– Saccharomyces boulardii, 

– Bifidobacterium lactis, 

– Lactobacillus plantarum 

Intestino poroso

Esta condição contribui para outras patologias e doenças crônicas. Então, são boas opções:

– Akkermansia

É a principal bactéria neste caso, pois é a mais eficiente na regulação da mucina, que é fundamental na reparação da mucosa intestinal. A mucina impede que as bactérias e partículas inflamatórias atinjam a circulação sanguínea.

– Vitamina D

Deve ser otimizada, pois regula o sistema imunológico inato e aumenta a capacidade do corpo de reparar danos às células epiteliais e lacunas na barreira intestinal.

– Lactobacilus reuteri

– Lactobacillus acidophilus 

– Lactobacillus rhamnosus  

Diarreia por uso de antibiótico

Em crianças:

– Lactobacillus rhamnosus  

– Saccharomyces boulardii 

São os considerados mais seguros de acordo com uma metanálise de 2016 de 23 estudos de quase 4.000 pacientes pediátricos.      

Em adultos:

– Lactobacillus acidophilus (o principal)

Pode ser potencializado o efeito terapêutico associando-se:

– Lactobacillus rhamnosus  

– Bifidobacterium breve  

– Bifidobacterum longum 

–  Bifidobacterium lactis  

– Bifidobacterium bifidum           

Constipação     

O melhor, no caso, é a combinação de probióticos com prebióticos:

– Lactobacillus acidophilus 

– Lactobacillus casei  

– Bifidobacterium lactis 

– Bifidobacterium bifidum   

– Lactococcus lactis 

– Fosfo-oligosacaridium (prebióticos)

– Inulin (prebióticos)

Gastroenterite aguda         

Os melhores para restaurar a barreira intestinal são:

– L. rhamnosus 

– Saccharomyces boulardii

Alergias

Em Adultos:

– Lactobacillus paracasei

Reduz eczema, coceira nasal, espirros e inchaço nos olhos, pois fortalece a barreira da pele e mucosa melhorando a retenção de água.   

– Lactobacillus acidophilus

Em crianças  

Nos casos de dermatite atópica:

– L. rhamnosus  

– L. reuteri          

– Lactobacillus paracasei.

Imunidade

O intestino é nossa primeira linha de defesa do sistema imunológico. As cepas mais estudadas são: 

– Lactobacillus paracasei

– Lactobacillus acidophilus

– Lactobacillus rhamnosus

– Lactobacillus reuteri

– Lactobacillus fermentum

– Bifidobacterium lactis

– Bifidobacterium bifidum

Portanto, o que apresento a vocês, é baseado no que há de melhor em termos de conhecimento no momento.

Mas isso tudo pode mudar individualmente, dependendo da dieta e do ambiente. Converse com seu médico.

Supersaúde!

Referências bibliográficas:

  • Proc Natl Acad Sci U S A. 2011 Sep 20;108(38):16050-5
  • Probiotics Antimicrob Proteins. 2019 Jun;11(2):627-634
  • Nutrients. 2019 Sep; 11(9): 2048
  • The Journal Pediatrics. 2004 Nov;145(5):612-6
  • Clin Infect Diseases. 2014 Apr;58(8):1107-15
  • Explore (NY). 2016 Nov-Dec; 12(6): 463–466 
  • Rev Esp Quimioter. 2019; 32(3): 268–272
  • J Altern Complement Med. 2019 Dec;25(12):1163-1171 
  • J Biosci Bioeng. 2012 May;113(5):587-91 
  • Eur Rev Med Pharmacol Sci. 2018 Oct;22(20):7045-7057 
  • Aliment Pharmacol Ther.  2012 Feb;35(4):441-50 
  • Clin Exp Allergy.  2011 Apr;41(4):565-73 
  • Pediatr Neonatol.  2014 Jun;55(3):181-8 
  • The Journal of Dermatology. 2011 Feb;38(2):131-9 
  • Beneficial Microbes.  2014 Jun 1;5(2):129-36 
  • Int J Environ Res Public Health. 2019 Nov; 16(22): 4469
  • BMC Gastroenterol. 2016 Jun 13;16(1):62
< Artigo AnteriorPróximo Artigo >