Psoríase

Hoje venho falar para você sobre uma doença que não tem cura, mas que pode ser tratada para controlar os sintomas: a Psoríase. Como sempre, cuidar da nutrição é uma excelente medida. Quer saber como? Já vou te contar. Mas, primeiro, vamos falar um pouco desse problema e do tratamento convencional.

A Psoríase é um distúrbio de pele que afeta mais de 1 a cada 100 pessoas. As lesões se desenvolvem na forma de placas, que atinge principalmente a área dos olhos, unhas e articulações. Outras partes do corpo também podem ser atingidas, o que costuma acontecer em pequenas manifestações. Essas lesões resultam de uma produção excessiva de uma proteína chamada queratina, e é uma resposta inflamatória na pele. As placas podem ser de diferentes tamanhos, forma e severidade, podendo, inclusive, ser dolorosas.

Tratamento convencional

O tratamento básico inclui aplicações tópicas de esteroides ou outras medicações, terapia com luz ultravioleta, e nos casos mais severos, administração interna de drogas poderosas, como o Metotrexate. Nenhum destes tratamentos cura a Psoríase, mas frequentemente mantêm o problema sob controle.

Terapia nutricional

Como já falei no caso do tratamento convencional, não há uma terapia que seja 100% eficiente. Ainda assim, a terapia nutricional pode ser útil. Vejo, em minha experiência, que a imensa maioria dos pacientes responde bem ao tratamento nutricional, sendo frequente a atenuação das manifestações e maior intervalo entre crises. Em alguns casos consegue se ter manifestações bem frustradas, mas só sob estresse intenso.

O primeiro passo é a desintoxicação. Deve-se checar a presença de metais pesados no organismo, em especial o mercúrio, que tem bastante relação com o problema. Em caso positivo, é hora de fazer um programa de desintoxicação específica para metais pesados, além de retirada de amálgamas dentários.

Paralelamente, a reeducação alimentar é muito importante. Retiram-se alimentos refinados, industrializados e açúcar da dieta. Só assim pode-se conseguir melhora significativa.  Além disso, como a Psoríase tem grande relação com irritantes e alergênicos, sempre aconselho um teste de alergia alimentar e ambiental.

Suplementos nutricionais

Há alguns suplementos nutricionais que atuam na melhora dos quadros de Psoríase de diversas formas. Veja quais são eles:     

  • Ômega 3:  os estudos mostram que o óleo de peixe pode produzir melhoras nos indivíduos com Psoríase. Como o óleo produz o processo inflamatório, promove-se a reparação tecidual.
  • Vitamina D: age inibindo a proliferação celular. Estudos têm mostrado resultados consistentemente positivos; em alguns casos resultados drásticos.
  • Ácido Fólico: o uso de ácido fólico em associação com vitamina C pode promover a inibição da xantina oxidase, enzima envolvida na produção de ácido úrico. O Alopurinol, uma medicação usada para inibir a xantina oxidase, mostra-se efetivo no tratamento da Psoríase.
  • Antioxidantes: o uso de antioxidantes têm se mostrado um suporte importante, já que as lesões agem como resposta inflamatória, gerando muita oxidação. O mesmo vale para os casos onde há presença de mercúrio – que é altamente oxidativo – apresentando melhoras bem significativas.
  • Probióticos: há um crescente número de pesquisas sugerindo que pessoas com desequilíbrio de flora intestinal têm maior tendência a desenvolver condições de pele como eczemas. O uso de probióticos diminui ou até mesmo elimina o problema.
  • Enzimas digestivas: o uso de enzimas digestivas vai melhorar a digestão e rapidamente melhorar também a condição da pele. Essas enzimas não apenas digerem melhor os alimentos, mas, se usadas entre as refeições, digerem proteínas causadoras de irritação ou outras condições inflamatórias.

Conclusão:

A Psoríase continua sendo um distúrbio confuso, cujos resultados dos tratamentos são imprevisíveis. Porém, há casos – e não são poucos! – em que o paciente responde muito bem às terapias nutricionais.

Na minha experiência, observo que os melhores resultados ocorrem nos casos em que há obturações de amálgamas, quando faz-se a remoção e desintoxicação do mercúrio de forma adequada. Tudo isso, associado à terapia nutricional, tem grandes chances de resultado de remissão do problema.

 

Referências bibliográficas:

  • Cutis, August 1994;54:117-118
  • The Central African Journal of Medicine, Submitted 1990;Paper Presented at the 4th Immunodermatology Symposium, September 21-23, 1989, Amsterdam, The Netherlands
  • The Journal of the British Dental Association, September 11, 1993;175(5):149.
  • The Lancet, May 4, 1991;337:1103
  • American Journal of Psychotherapy, October 1989;18(4):575-587.
  • The British Journal of Dermatology. 2012;166(3):505-510.
  • Am J Clin Nutr June 2007
  • JAMA Dermatology January 7, 2015

 

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