Nem pense em fazer uso de uma Aspirina por Dia!

É só ligar a televisão a qualquer hora e você vai se deparar com algum “perito em saúde” estimulando aos maiores de 35 anos a tomarem uma aspirina por dia. E o pior é que muita gente se deixa levar por essa conversa.

Acontece que um estudo realizado na Europa com 372 mil pessoas determinou que a “terapia com aspirina” causou danos ao mesmo número de pessoas que ela supostamente ajudou.  Ou seja, para cada mil pacientes de baixo risco que receberam a droga, apenas dois eventos cardíacos mostraram ser evitados, e em contrapartida, apresentaram dois sangramentos sérios causados pela droga, incluindo sangramentos gastrointestinais e sangramentos cerebrais potencialmente fatais.  (Pense em acidentes de carro!)

Acredite se quiser, isso é o mais “pró-aspirina” que a pesquisa fica, pois outros estudos encontraram MAIS riscos e MENOS benefícios.

No início deste ano, um grande estudo, com duração de seis anos, realizado com 100 mil pessoas sem histórico de doença cardíaca que receberam aspirina ou placebo, demonstrou que a droga evitou um ataque cardíaco para cada 162 pacientes ao longo daquele tempo.  Mas, como será que eles sabem disso?

Na verdade, a droga CAUSOU 2,5 sangramentos sérios para cada 162 pacientes, incluindo aqueles sangramentos potencialmente fatais na parte de trás do cérebro.  (Agora, isto sim é algo para se contar).

Um estudo em 2009 com 3.350 homens e mulheres que receberam 100mg de aspirina por dia ou um placebo não encontrou diferença nenhuma no número de ataques cardíacos (fatais e não fatais), derrames, angina ou cirurgia de revascularização ao longo de oito anos, mas encontrou o DOBRO do risco de internação por problemas de sangramento naqueles que receberam aspirina. E outro estudo no mesmo ano encontrou somente uma mínima redução no risco; uma redução tão pequena que ela sumiu diante daqueles riscos de sangramento.

Outros estudos demonstraram que a aspirina pode, na verdade, causar os próprios coágulos que supostamente evitam, especialmente em pessoas com colesterol “alto” (e por “alto” eu quero dizer perfeitamente normal e o nível seguro de colesterol que é considerado “alto” pelos médicos que, na maioria, sem dúvida, são os mesmos que apoiam a terapia de aspirina, para não falar em estatinas. Bom, mas não vou desviar do assunto).

Se você estiver tomando aspirina, você provavelmente está pensando que é hora de parar.  Você está certo! Mas não pare já, porque a aspirina pode CAUSAR ataques cardíacos quando você PARAR de tomá-la.

Ou isso é um efeito colateral terrível ou não passa de um marketing brilhante. É como se eles estivessem te forçando a continuar a tomar uma droga apontando uma arma para o seu coração.

Você ainda pode parar.  Apenas certifique-se de que você o faça sob a supervisão de um médico.  Aí, uma vez que você tenha decido do trem da aspirina (ou se você sabiamente nunca subiu abordo), experimente os meus:

QUATRO DETONADORES DE COÁGULOS TODOS NATURAIS

 

1º – O ‘Outro Óleo’:  Esqueça a “milagrosa” estatina se você realmente quer se proteger de coágulos. Compre óleo de peixe ao invés dela.  Os ácidos graxos ômega 3 presentes no óleo de peixe reduzem a atividade de plaquetas, que por sua vez evita a formação de coágulos. Esta não é medicina alternativa radical; a propósito, a prevenção contra coágulos é listado como um dos benefícios dos ácidos graxos ômega 3 no web site da National Library of Medicine (Biblioteca Nacional da Medicina).

2º – Escove seus dentes:  A mesma bactéria estreptococos por trás das cáries pode entrar na sua corrente sanguínea, empastelar as suas artérias, e por fim causar um coágulo.  Então, faça a escovação e use o fio dental, mas esqueça aquelas pastas de dente de supermercado e aqueles antissépticos bucais à base de fluoreto e use uma mistura de 3% de peróxido de hidrogênio e bicarbonato de sódio em vez deles. Você terá artérias mais limpas e dentes mais limpos ainda.

3º – Vá tomar uma Guinness: Não se pode errar com o álcool em geral, já que os bebedores moderados têm risco menor de coágulos em primeiro lugar.  Isto é porque o álcool torna as plaquetas menos grudentas, e quando não grudam, eles não coagulam.  E se você realmente quiser cortar o seu risco de coágulos, sirva-se da melhor bebida da Irlanda, pois um estudo descobriu que a Guinness reduz o risco de coágulos no mesmo grau que a aspirina, só que sem nenhum dos riscos.

4º – As vitaminas vitais:  O resumo é que as vitaminas B reduzem o seu risco de morrer de problemas cardíacos.  A magia delas reside na redução do nível de homocisteína, que danifica as artérias. Quando você danifica as suas artérias, e o colesterol que nunca foi problema quando você estava saudável, pode começar a grudar e levar a coágulos sanguíneos.  E se você for como a maioria das pessoas, você tem um nível seriamente baixo.  Ainda bem que você pode obter a maioria das vitaminas B’s que você precisa ignorando os maus conselhos dos que fazem apologia a produtos de baixa gordura e que danificam o coração.  Coma um bife suculento e mal passado e um bom peixe gorduroso regularmente.  E um suplemento de complexo B com preço acessível vai preencher as demais lacunas.

 

Finalmente, faça tudo, menos virar vegetariano.  Os vegetarianos perdem quase todas as gorduras e nutrientes essenciais para a boa circulação, incluindo os ácidos graxos ômega 3, o zinco, o ferro e a vitamina B12.  Isso leva a um nível mais alto do marcador de inflamação homocisteína e um nível mais baixo de colesterol – o colesterol essencial, incluindo o HDL, que a maioria chama de “bom colesterol”.

É por isso que evitar as carnes pode na verdade AUMENTAR o seu risco de problemas arteriais, inclusive os coágulos sanguíneos.  Em outras palavras, os bifes deliciosos e gordos que você sempre ouviu falar que entupirão as suas artérias, na verdade, são essenciais para mantê-las desobstruídas. Então me diga: quem precisa de medicamentos quando se pode obter estes benefícios através de cerveja e bife?

 

Referências Bibliográficas:

–       Preventing Atherosclerotic Events with Aspirin, British Medical Journal, January 12, 2002: 324(103); 7.

–       Collaborative Meta-analysis of Randomised Trials of Antiplatelet Therapy for Prevention of Death, Myocardial Infarction, and Stroke in High Risk Patients, British Medical Journal, January 12, 2002: 324(7329); 71-86

–       Prior Aspirin Use and Outcomes in Acute Coronary Syndromes, Journal of the American College of Cardiology, October 19, 2010: 56(17): 1376-85.

–        A Randomized Trial of Low-Dose Aspirin in the Primary Prevention of Cardiovascular Disease in Women, The New England Journal of Medicine, March 31, 2005: 352(13); 1293-304.

–       Aspirin for Primary Prevention of Cardiovascular Events in People with Diabetes: Meta-Analysis of Randomised Controlled Trials, British Medical Journal, November 6, 2009: 339; b453.

–       Aspirin Increases Mortality in Diabetic Patients without Cardiovascular Disease: A Swedish Record Linkage Study, Pharmacoepidemiol Drug Safety, December 1, 2009:18(12); 1143-9.

–       Role of Aspirin in the Primary Prevention of Cardiovascular Disease in Diabetes Mellitus: A Meta-Analysis, Expert Opinion on Pharmacotherapy, June 1, 2010: 11(9); 1459-66.

–       Analgesic Use and the Risk of Hearing Loss in Men, American Journal of Medicine, March 1, 2010: 123(3); 231-7.

–       Behavioral Assessment and Identification of a Molecular Marker in a Salicylate-Induced Tinnitus in Rats, Neuroscience, Feb 17, 2010: 165(4): 1323-32.

–       Aspirin for Primary Prevention of Cardiovascular Disease?, Drug and Therapeutics Bulletin, November 2009: 47(11); 122-5.

–       Evaluation of Small Bowel Blood Flow in Healthy Subjects Receiving Low-Dose Aspirin, World Journal of Gastroenterology, January 14, 2011: 17(2); 226-30.

–       Gastroduodenal Toxicity of Low-Dose Acetylsalicylic Acid: A Comparison with Non-Steroidal Anti-Inflammatory Drugs, Current Medical Research and Opinion, November 2009: 25(11); 2785-93.

–       Clinical Features of Gastroduodenal Ulcer in Japanese Patients Taking Low-Dose Aspirin, Digestive Diseases and Sciences, November 20, 2009:

–       Beer Increases Plasma Antioxidant Capacity in Humans, J Nutr Biochem, February 2000; 11:76-80.

–       Beer: A Dietary Source of Silicon”, The Lancet, January 22, 1994; 343:235.

–       Nutritional and Health Benefits of Beer.  Am J Med Sci, November 2000; 320(5):320-326.

–       Meta-Analysis of Wine and Beer Consumption in Relation to Vascular Risk. Circulation, 2002; 105:2836-2844.

–       Moderate Beer Consumption and Positive Biochemical Changes in Patients with Coronary Atherosclerosis. Journal of Internal Medicine, 1997; 242:219-224.

< Artigo AnteriorPróximo Artigo >