Pensar Molecular: O Oxigênio é o Início e o Fim da Vida

oxigênio é o fim e início da vida

O “pensar molecular” em doenças degenerativas, imunológicas, infecciosas e ambientais é muito facilitado pelo conceito de “moléculas envelhecedoras” (oxidantes) e “moléculas conservadoras” (antioxidantes). À primeira vista parece complicado, mas vou explicar melhor e você vai entender tudo direitinho. Tem bastante a ver com o oxigênio.

As moléculas envelhecedoras são a família de moléculas que causam ou facilitam as mudanças na fisiologia ou na fisiopatologia molecular do envelhecimento e da agressão, causados por infecções ou agentes ambientais. Moléculas conservadoras são a família de moléculas que promovem a neutralização da atividade envelhecedora das moléculas e previnem a agressão molecular causada pelas moléculas envelhecedoras.

Oxigênio é o inicio da vida. Oxigênio é o fim da vida.

Os tecidos e células necessitam de oxigênio para viver. Isso entendemos bem no nosso estudo básico da ciência. Por outro lado, os tecidos e as células são também “envelhecidos” pelo oxigênio no processo de vida. Embora esse detalhe seja indiscutível, na prática médica diária é ainda pouco compreendido. A oxidação é um processo espontâneo, enquanto a redução requer gasto energético.

Qual é a linguagem da agressão molecular?

Oxidação.

Qual é a linguagem da recuperação molecular?

Redução.

Qual é a linguagem do processo de envelhecimento?

Agressão Oxidativa Molecular

Existem duas teorias prevalentes sobre envelhecimento. Na primeira teoria, a dos radicais livres, espécies altamente reativas de oxigênio seriam a causa do envelhecimento celular. Radicais livres, é claro, são produzidos pelo processo de oxidação.

Na segunda teoria do envelhecimento, protein cross-linkage, várias permutações de moléculas proteicas causadas pelo cross-linking (ligamento em forma de rede) são vistas como as causadoras do envelhecimento. Novamente, protein cross-linking, por si só, depende da agressão oxidativa. Então, ambas as teorias estão claramente implicadas na bioquímica do envelhecimento.

Oxidação espontânea

Oxidação espontânea é o fenômeno de base do processo de envelhecimento. O processo bioquímico e celular envolvido no envelhecimento inicia-se lentamente, sendo preservada a saúde pelas moléculas conservadoras. Nesse processo oxidativo pode haver doenças e envelhecimento precoce.

Este é o meu modo de entender saúde e estado de doença: todas as nossas estratégias terapêuticas para doenças degenerativas e imunológicas resumem-se em atuar diretamente reduzindo a oxidação molecular.

Como o processo oxidativo molecular causador de agressões pode ser reduzido?

  • Reduzindo as agressões dos agentes ambientais químicos.
  • Minimizando o potencial microbiano.
  • Diminuindo os desencadeadores de alergia.

Esta é a verdadeira Medicina Preventiva. É onde o modelo prevalente do tratamento das doenças com drogas, estabelecido para diagnostico morfológico, falha. A agressão molecular oxidativa é a verdadeira “lesão molecular” na patogênese das doenças.

O estudo da dinâmica molecular nos dá a visão dos eventos eletromagnéticos e moleculares antes de se iniciar a lesão celular e tecidual. Esta é a diferença essencial entre Medicina Clássica e Medicina Molecular.

Rudolph Virchow, o criador da Patologia, publicou seu clássico livro Patologia Celular em 1858, nos livrando dos caminhos restritos da patologia medieval. Agora, a “patologia celular” não nos diz como as doenças começam. Por isso, Medicina Preventiva Molecular é a aplicação dos princípios da medicina ambiental, medicina nutricional e medicina de boa forma física.

Lesões Moleculares

O claro entendimento das lesões moleculares inicialmente envolve a exploração de novo conhecimento em diversos campos de pesquisa científica. Já o claro entendimento das bases moleculares e energéticas das síndromes clínicas, causadas por lesões moleculares, exige familiarização com vários aspectos estabelecidos na genética. Alguns exemplos são passagens bioquímicas de defesa molecular, resposta molecular a agentes ambientais, ativação e inativação das enzimas, alterações do sistema imune e da molécula essencial de traços genéticos (parentesco) na biologia humana.

Do projeto de genoma humano, se esperava a solução de diversos mistérios como o dos causadores genéticos de doença, mas já se passaram mais de 15 anos e pouco mudou. Isso porque a epigenética é muito clara, mostrando que somente 10% das doenças tem causas genéticas. As outras 90% são causadas por agressores ambientais e estilo de vida adotado.

Portanto, precisamos pensar na agressão oxidativa como os causadora real da “doença molecular”, apoiada nos campos da Medicina Ambiental e Nutricional, e reconhecer como os genes são mudados (e mutilados) pelos agentes químicos (xenobióticos) e causam doenças. A partir daí, prevenir e tratar essas desordens .

Não se pode mais pensar numa medicina de que para cada sintoma há um remédio químico, pois isso não atende mais a nossa realidade.

É coisa do passado.

Não podemos tratar uma pessoa do 3º milênio, exposta a agressores ambientais e a uma alimentação que nos sustenta a vida, mas não nos dá saúde, usando cabeças do século 20… e conhecimentos do século 19.

A prevenção é a melhor medicina!

Referências bibliográficas:

  • Livro: Prevenção: A Medicina do Século XXI. Wilson Rondó Jr. Editora Gaia 2000
  • Livro: Revolução na saúde. Serge Jurassunas. 2006
  • Livro: Wellness Against All Odds. Sherry A. Rogers. 2008
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