O Falso Hambúrguer é a Resposta que Buscamos?

Está ocorrendo uma tendência muito grande de inovação na alimentação: a carne vegetal ou de laboratório. O argumento para convencer as pessoas do falso hambúrguer é o alardeado impacto que a pecuária poderia causar ao meio ambiente, e que qualquer iniciativa para reduzi-lo é bem-vindo.

Se você opta por consumir hambúrguer vegetariano pensando que seja uma opção mais saudável para você e para o planeta, além de mais sustentável do que a carne vermelha… Saiba que não é bem assim.

Veja o porquê:

Hambúrguer sem carne

– Efeito hepático

Alega-se ser uma alternativa mais saudável aos hambúrgueres convencionais, mas na verdade nada mais são do que pseudo-alimentos altamente processados.

É rico em proteína de soja ou ervilha, com grande concentração de herbicida (glifosato), usado nas culturas transgênicas, estando correlacionado com:

– Doença hepática gordurosa não alcoólica

Os danos no fígado ocorrem mesmo em doses ultrabaixas, e quanto mais contato com glifosato que é pulverizado nas plantações e jardins, contaminando o alimento e a água, mais aumenta a taxa de doença hepática gordurosa não alcoólica.      

– Efeito carcinogênico

Os estudos mostram que quanto mais alimentos ultra processados se consome, maior o risco de câncer. Estatisticamente, cada aumento de 10% em alimentos ultraprocessados ​causa um aumento em paralelo de 12% da taxa de câncer.   

Atualmente, há na América uma avalanche de pessoas que desenvolveram câncer como resultado do uso do glifosato (Roundup), gerando processos bilionários contra a Bayer (que adquiriu a Monsanto em 2018).

E saiba, no Brasil ele é o defensivo agrícola mais usado, representando um terço dos produtos utilizados.

Recentemente, estudo encomendado pelo Ministério da Saúde e realizado pelo Instituto Butantã, mostra que não há dose segura do agrotóxico, ao ambiente e à vida em qualquer concentração, segundo a imunologista Monica Lopes. Ferreira, diretora do Laboratório Essencial de Toxicologia Aplicada. Além disso, ela afirma: “Se (os agrotóxicos) não matam, causam anomalias”.

E isso mesmo quando se utiliza em dosagens equivalentes a um trigésimo do recomendado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

É considerado muito perigoso. A substância é relacionada e apontada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como potencialmente cancerígena para mamíferos e seres humanos. O uso do glifosato é proibido na Áustria e será banido na França até 2022.

– Efeito ambiental

Todos os produtores dessa carne falsa usam o mesmo “mantra” de que esse produto e é a solução para salvar o meio ambiente e proteger os animais.

Mas o que se observa é que as monoculturas, no caso a soja e o milho transgênicos, são os destruidores primários de campos e florestas.

Além disso, para se conseguir essas plantações, na verdade se esteriliza o solo, eliminando toda a micro vida do mesmo e da superfície, aonde incluímos desde pequenos insetos, abelhas e borboletas até animais de pequeno, médio e de grande porte.

O uso nessas culturas de máquinas para plantação, manutenção e colheita, além de pulverizações in loco ou de forma ampla através de aviões, causa não só poluição do ar, mas também contaminação tóxica de áreas e de fontes primárias de água próximas, comprometendo a qualidade delas. No final das contas atingirão o homem, os animais e o planeta.

O que não se conta do falso hambúrguer

Condenam muito o consumo do gado a pasto, mas veja… 

O falso hambúrguer é comercializado como “sustentável”, porém não se divulga:

  • qual o consumo de energia e de combustíveis fósseis
  • grau de emissões de gases do efeito estufa.
  • potencial de sequestro de CO2
  • escoamento químico de poluentes nutricionais, como no caso o excesso de nitrogênio e fósforo na água e no ar pelo uso de pesticidas

Além disso, seus rótulos são isentos de divulgação dos ingredientes xenobióticos usados ​​na composição dessas carnes alternativas.      

Vantagem e desvantagem do sistema

Gado a pasto X Gado confinado X Falso hambúrguer

Com certeza, os hambúrgueres de soja transgênicos podem ter uma vantagem competitiva ambiental sobre a carne criada em confinamentos, porém não pode competir com o gado criado em pastoreio Voisin ou rotacional regenerativo. Nesses últimos, não se usa herbicidas e nem se consome rações transgênicas de milho e soja ou antibióticos em microdosagens.  

Além disso, o gado a pasto gera menores quantidades de emissões de gases de efeito estufa do que o gado criado confinado. E na verdade, quando todos os fatores relevantes são levados em consideração, essas emissões líquidas são negativas.

Conforme o animal pastoreia, ele estimula uma labareda de crescimento do capim, que é quando ocorre um maior sequestro de CO2 para o solo – maior, inclusive, que o sequestro gerado pelas florestas.

Os animais criados de acordo com as leis da natureza integram um sistema simbiótico e complementar que imita a maneira como a natureza funciona.

Outro ponto que precisa ser considerado é que nesses produtos substitutos de carne o foco nutricional são proteínas de forma geral, ignorando o fato de que a carne alimentada a pasto contém uma mistura complexa de nutrientes (incluindo gorduras saudáveis) e cofatores que você simplesmente não pode recriar com grãos ou vegetais associados.

A comida real não pode ser recriada simplesmente juntando-se componentes individuais. Ou seja, os alimentos criados pelo homem sempre serão muito inferiores aos alimentos naturais e integrais. Pense nisso!

Referências bibliográficas:

  • Impossible Foods, Unofficial Correction of “Moms Across America”  May 18, 2019
  • World J Gastroenterol. 2017 Dec 21; 23(47): 8263–8276.
  • Scientific Reports January 9, 2017
  • Clin Gastroenterol Hepatol. 2019 Apr 4.
  • Science Direct April 4, 2019
  • Friends of the Earth, From Lab to Fork, June 2018
  • Food Navigator-USA June 13, 2019
  • Quantis, Carbon footprint evaluation of regenerative grazing at White Oak Pastures, February 25, 2019
  • Grist, December 31, 2009
  • TandF Online, March 31, 2016
  • BMJ 2018; 360:k322
  • BBC News February 15, 2018
  • Time Magazine February 14, 2018
  • The Guardian February 14, 2018
  • O Estado de São Paulo. 24/08/19. A20 Metropoli.
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