O declínio nutricional das nossas crianças e jovens

A quantidade de alimentos ultraprecessados que vem sendo ingerida pelas gerações mais jovens é algo extremamente preocupante. Ela vem nos mostrando, dia após dia, que estamos nos aproximando de um momento em que, cada vez mais, os mais velhos enterrarão os mais novos.

Triste expectativa! Mas, sabe por que isso está acontecendo?

Já sabemos que mais de 20% do consumo desse tipo de alimentação traz sérias consequência para a saúde.

Atualmente, há um sistema de classificação que organiza os alimentos de acordo como são processados. Essa classificação chama-se NOVA, e é baseada nos estudos sobre os impactos que esses alimentos ultraprocessados, consumidos regularmente, estão trazendo para o nosso corpo.

Alimentos ultraprocessados são formulações industriais que contenham cinco ou mais ingredientes, incluindo açúcares, gorduras, sal e aditivos químicos.

Obviamente, esses componentes só são encontrados nesse tipo de alimento, ao contrário do que se encontra na natureza e em preparações culinárias.

O objetivo é realçar o sabor e maquiar o gosto indesejável no produto final, fazendo com que ele se torne mais “atraente”.

 

Proporções de consumo de ultraprocessados

De acordo com os estudos, mais de 20% de ingestão calórica diária é considerado um índice alto. Agora veja como está essa proporção em alguns países, incluindo o Brasil:

EUA                57%

Inglaterra       56,8%

Canada          48%

Brasil              > 30%

França            14,4%

 

Efeitos dos alimentos ultraprocessados no nosso organismo

Com o passar do tempo o alto consumo de alimentos ultraprocessados promovem:

– sono de má qualidade e apneia do sono;

– ansiedade e depressão;

– letargia;

– diminuição da libido;

– sensações de infelicidade;

– ganho de peso e obesidade;

– azia;

– sensação de envelhecimento acelerado;

– aumento no risco de mortalidade por todas as causas;

– declínio cognitivo;

– declínio na execução de certas ações;

– disfunção mitocondrial;

– redução da diversidade da flora intestinal;

– queda imunológica;

– aumento no risco de fraturas;

– aumento do hormônio ghrelin, responsável pela fome;

– baixa do hormônio leptina, responsável pela saciedade;

– aumento no risco de muitas doenças sérias, tais como:

  • morte prematura;
  • alteração dos níveis de colesterol;
  • diabetes tipo 2;
  • derrame;
  • doença cardíaca;
  • hipertensão;
  • osteoporose;
  • problemas respiratórios;
  • diversos tipos de câncer; e
  • dores e dificuldade funcional;

Tendo dito isso, eu preciso te lembrar que é você quem decide a alimentação que será dada aos seus filhos. Então, cabe também a você evitar que eles consumam esses alimentos e, certamente, retardem o declínio físico, cognitivo e da saúde de forma geral.

É da saúde do seu bem mais precioso que estamos falando.

De toda forma, converse com o seu médico.

 

Referências bibliográficas:

– Alzheimer’s Association, August 3, 2022

– World Nutrition, 2016;7(1-3)

– BMJ Open, 2016;6:e0009892

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– New York University, October 14, 2021

– JAMA Intern Med. 2019;179(4):490-498

– Harvard Health Publishing, May 1, 2019

– American Heart Association, January 29, 2020

– American Heart Association, Vegetarian, Vegan and Meals without Meat, More Tips for Going Meatless

– Springfield News-Leader, August 8, 2022

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– Springfield News-Leader, August 8, 2022- CNN, August 1, 2022

– BBC Food, What Happened When I Ate Ultraprocessed Food for a Month

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– The Conversation, March 19, 2020

– Bone Research, 2021;9(14)

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