Nem Todo o Leite é Criado Igual!

Você gosta de leite? Olha, muitas vezes quando ouvimos uma mensagem com bastante frequência, ela começa a parecer verdadeira, mesmo que não seja. Isso pode causar uma ilusão da verdade, algo prejudicial porque nos torna menos propensos a desafiar nossas crenças.

Em saúde, temos vários exemplos como este:

  • Laticínios não são bons para você

Segundo as diretrizes dietéticas, deve-se minimizar o consumo de produtos lácteos integrais, pois eles são uma fonte de gorduras saturadas e podem afetar adversamente os lipídios sanguíneos, aumentando as doenças cardiovasculares e a mortalidade.

Mas isso tem fundamento?

Se avaliarmos as meta análises sobre o assunto, praticamente todas mostram que laticínios integrais, que conservam todas as gorduras do leite, reduzem o risco de obesidade, diabetes, doenças metabólicas, cardiovasculares, osteoporose e mortalidade.

E agora, um estudo publicado recentemente no The Lancet, com 136.384 indivíduos entre 35 e 70 anos de idade, avaliou quais as consequências de uma maior ingestão de laticínios integrais (incluindo gordura completa) em relação as doenças.

A conclusão final é que o consumo desses produtos lácteos (leite, iogurte e queijo) estava associada a um risco significativamente menor de doença cardiovascular e morte por todas as causas.

Quando laticínios podem não ser benéficos

Como em tudo, existem exceções. Certamente muitos são sensíveis a laticínios e não os toleram bem. 

Pela incidência de pessoas que atendo e que tem problemas com os laticínios, fica claro que há uma altíssima frequência de comprometimento da saúde intestinal.

Esta condição, bem conhecida como disbiose ou alteração de ecologia intestinal, promove o “intestino poroso”, causado por um desequilíbrio importante de bactérias boas e ruins.

Com a superpopulação de bactérias ruins, que se instala, torna-se um dos principais causadores da síndrome do intestino irritável, aonde há maior probabilidade de reagir ao leite. Isso corre porque as bactérias em seu intestino delgado fermentam agressivamente a lactose, o açúcar do leite, causando gases, inchaço e outros sintomas gastrointestinais.

Lembre-se que 80% dos seus receptores imunológicos estão no intestino, sofrendo um impacto enorme de um “curto circuito imunológico” e desencadeando uma resposta hiper-reativa a potenciais alergênicos do leite, como a caseína alfa e beta, casomorfina e butirofilina.

E mais, outro agravante é que as pessoas que são intolerantes ao glúten reagem às proteínas do leite de forma cruzada com o glúten.

Ou seja, se você reagir ao glúten, é mais provável que você também reaja ao leite.

Leite cru X pasteurizado

Veja agora o que o Dr. Kresser comenta que vem exatamente de encontro com o meu modo de entender:

“Algo que me irrita é que laticínios crus e pasteurizados são frequentemente discutidos como se fosse a mesma coisa. Não é.

Laticínios crus são alimentos integrais e laticínios pasteurizados são alimentos processados.

Embora seja verdade que algumas pessoas (descritas acima) reajam às proteínas do leite, a maioria das pessoas sensíveis está reagindo ao açúcar presente no leite: a lactose. A enzima lactase deve estar presente para hidrolisar a lactose em seus compostos constituintes, glicose e galactose. Algo entre 1% e 95% das pessoas não produzem lactase por conta própria, dependendo da raça e da etnia.

Em um sinal da sabedoria da natureza, o leite cru contém lactase, a enzima necessária para digerir a lactose. A pasteurização, no entanto, mata a lactase. Então, se você não produzir sua própria lactase, terá dificuldade em digerir o leite pasteurizado. Mas isso não significa que você não pode tolerar o leite cru. Eu não posso tolerar produtos lácteos pasteurizados, mas parece que não tenho problemas com produtos lácteos crus”.

Portanto, lembre-se que há uma diferença gritante entre esses laticínios! É hora de começar a fazer melhores escolhas. Sua saúde agradece!

Referências bibliográficas:

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