Melanoma: a Doença de Escritório

melanoma

Nas últimas décadas, as campanhas para evitar o câncer de pele sempre estampam a mensagem de que se deve evitar a exposição direta ao sole aplicar protetor solar ao passar qualquer quantidade de tempo ao ar livre. E ela está surtindo efeito…

Mas qual efeito?

Uma epidemia de deficiência de vitamina D! Tanto é que as pesquisas estimam que 85% das crianças em grandes centros, e bem mais da metade dos adultos e idosos, sofrem dessa deficiência.

Provavelmente, pelo medo de desenvolver melanoma, as pessoas passaram a ter menos exposição ao sol, mas infelizmente a deficiência da vitamina D aumenta muito o risco de câncer e isso também tem aumentado bastante.

Essa situação de evitar o sol por ser cancerígeno é semelhante a dizer que o oxigênio pode causar câncer porque é a molécula precursora dos radicais livres, e que então deveríamos parar de respirar…

Na verdade, os cientistas estão apenas começando a entender a importância da exposição ao sol para a saúde humana.

Embora quantidades anormalmente altas de exposição a UVA danifiquem sua pele, a exposição solar por pouco período, especialmente entre as 10 e 15h, momento de incidência de raios UVB (que permite a absorção de vitamina D), é importante para a saúde.

Segundo Alexander Wunsch, Ph.D., especialista em fotobiologia:              

    “A luz solar induz efeitos de adaptação endócrina coordenados. Ela afeta a atividade simpática e parassimpática, e é um grande estímulo circadiano e sazonal para o relógio corporal. Nosso sistema, através dos olhos e da pele,detecta as cores da luz no ambiente para adaptar o sistema hormonal às necessidades específicas do tempo e do local.

    É diferente se estamos sentados sob o sol no deserto, ou se estamos sentados sob um telhado de folhas ou debaixo de uma árvore em algum lugar na floresta. As cores ao nosso redor contam, através dos olhos, para o nosso cérebro, para o mesencéfalo e para os centros de direção hormonais, sobre o que acontece ao nosso redor e o que fazer para lidar com essa situação em particular”.

Trabalhadores de escritório podem ter risco aumentado de melanoma

Surpreendentemente, as estatísticas mostram que os trabalhadores de escritório têm um risco maior de melanoma maligno do que aqueles que trabalham ao ar livre.

Nestes casos, o melanoma aparece em partes do corpo que não costumam ver muito sol, mas que ocasionalmente se queimam, quando nos fins de semana se expõe excessivamente ao sol, mesmo usando protetor solar.

Saiba que quando se usa um protetor, por exemplo, com FPS 30, pode-se reduzir a produção de vitamina D em 97%.                  

Qual o motivo disso?

Uma razão pela qual os trabalhadores de escritório podem estar em maior risco de desenvolver melanoma maligno é a sua exposição a comprimentos de onda UVA filtrados através de janelas do escritório. Eles penetram profundamente na derme e podem levar ao envelhecimento prematuro da pele e à supressão do sistema imunológico.     

Por outro lado, a luz UVB é a necessária para o seu corpo produzir vitamina D e muitas vezes afeta apenas as camadas superficiais da pele.

Quando se está exposto em ambiente externo, seu contato é com o espectro completo de raios ultravioleta (UV), incluindo UVA e UVB.  

Na presença de janela (vidros), há bloqueio e absorção da luz UVB, só permitindo a passagem do UVA.

Outro motivo é que as pessoas que trabalham em ambientes fechados, como escritórios, aproveitam mais o tempo ao sol nos fins de semana e feriados, resultando em queimaduras. E isso aumenta o risco de melanoma.

Cada dia está ficando claro que a exposição regular ao espectro total da luz é necessária e benéfica para a maioria das pessoas. Isso pode ajudá-las a entender a melhor dose necessária, ao invés de dizer-lhes para evitar a exposição ao sol.

Referências bibliográficas:

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