Glitter Sustentável e Vegano? Que História é Essa?

Se você me acompanha por aqui, talvez já tenha ouvido falar sobre o problema com o glitter.

Não estou falando apenas do problema dele grudar em todos os lugares e parecer nunca mais ir embora – quem tem crianças pequenas em idade escolar provavelmente já passou por isso…

Mas do que acontece com o glitter depois que ele é usado, seja para decorações, comemorações ou até mesmo maquiagens, onde também é bastante comum.

Na verdade, nem se trata do que acontece com ele. Mas do que NÃO acontece…

O grande problema é que o glitter como conhecemos é uma partícula microplástica. 

E hoje já sabemos que os plásticos demoram cerca de 450 anos para se degradar na natureza, o que o transforma em um dos principais desafios para o meio ambiente.

O glitter, por ser tão pequeno, tem um problema adicional… Ele infesta o solo e principalmente os oceanos, onde acaba acidentalmente sendo ingerido por peixes e frutos do mar.

O resultado é que o glitter que jogamos no lixo chega ao mar… E acabamos ingerindo-o de volta ao nos alimentarmos.

Levando em consideração que essas partículas plásticas geralmente são produzidas com produtos químicos perigosos, quase sempre cancerígenos, comer glitter involuntariamente é a última coisa que você deveria querer.

Será que existe uma solução?

Em primeiro lugar, você deveria evitar brinquedos, maquiagens e produtos com glitter ou outros microplásticos. 

Além disso, hoje já estão surgindo alternativas interessantes.

Um exemplo é um grupo de pesquisa da renomada Universidade de Cambridge, no Reino Unido, que conseguiu produzir um glitter totalmente sustentável.

Os pesquisadores desenvolveram uma forma de usar a celulose, o principal bloco de construção das paredes celulares de plantas, frutas e vegetais, em um glitter 100% não tóxico e totalmente degradável.

Resumindo… Trata-se de um glitter que ao invés de ser feito de plástico… É feito de plantas e pode se desfazer na natureza, como cascas de fruta, por exemplo.

Talvez você possa achar um exagero tentar produzir algo assim. 

Mas pense bem: só na Europa, a indústria de cosméticos usa cerca de 5.500 toneladas de microplásticos por ano.

Tudo isso ia parar no solo, nos mares e contaminar nossos alimentos. Por isso é algo tão importante!

O que fazer com o glitter que já existe?

Embora esse estudo possa nos trazer certo otimismo, não podemos nos esquecer das milhares de toneladas de microplásticos que já estão na natureza.

Pesquisadores vêm registrando recordes de poluição dos mares por plásticos, e essas micropartículas vem aparecendo até mesmo em ilhas isoladas, levados pelas correntes oceânicas.

Então, para evitar que seu peixe ou fruto do mar preferido faça você comer plástico sem nem perceber, veja algumas dicas:

1 – Vale a pena repetir: evite usar produtos que tenham o glitter convencional. É bom para você e para o meio ambiente.

2 – Na hora de escolher o seu peixe, escolha os menores, o que pode reduzir a concentração de plástico no animal.

3 – Peixes selvagens de águas profundas também costumam ser mais seguros. Se possível, busque conhecer a procedência do peixe que você come.

Com algumas mudanças simples e um pouco mais de atenção é possível proteger você, sua família e ainda ter um estilo de vida mais sustentável.

Supersaúde!

Referências bibliográficas

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