Entenda a Relação entre Estes Micróbios e o Câncer de Mama

Você sabia que o seu corpo tem cerca de 100 trilhões de micróbios, o que significa 10 vezes mais do que seu número de células?

E esse equilíbrio de micróbios faz toda a diferença entre saúde e doença.

Recentemente, uma nova e excitante pesquisa realizada na Mayo Clinic mostrou que mulheres com câncer de mama tinham um desequilíbrio desses micróbios, sendo mais importantes os “insetos” ruins do que os bons, em comparação com mulheres com doença benigna da mama.

Você que me acompanha já sabe que seu intestino é o lar da maioria desses micróbios, mas na verdade o seu microbioma se estende a praticamente todos os órgãos e sistemas do corpo.

Tanto é que mulheres com câncer também tinham mais micróbios em seus seios.

Em um estudo, os pesquisadores usaram o sequenciamento de DNA para analisar o tecido mamário de 33 mulheres. Eles identificaram diferenças marcantes nas bactérias da mama de mulheres com e sem câncer de mama. Eles descobriram que o interior do seio é um mundo microbiano complexo. E é muito diferente do tecido da pele do lado de fora.       

A mensagem é que se as mulheres mantiverem o equilíbrio da ecologia intestinal, seus seios estarão saudáveis.

As pesquisas mostram que as bactérias ruins do intestino chegam ao seio.

Em um estudo com animais, os camundongos receberam micróbios ruins diretamente no estômago e mostraram taxas aumentadas de câncer em suas glândulas mamárias.    

Apesar disso, só recentemente os médicos começarem a perceber o quanto precisamos desses pequenos “insetos” para sobreviver e prosperar.

Na nossa evolução, sempre coexistimos com todos esses micróbios, e é como dizer “estamos juntos”.

Quando os “bons micróbios” predominam, eles nos ajudam a:

  • digerir os alimentos e a transformá-los em vitaminas.  
  • melhorar o nosso sistema imunológico
  • emagrecer
  • reduzir risco de doenças
  • retardar envelhecimento

Porém quando “maus micróbios” estão em maior quantidade eles causam:

  • má assimilação nutricional
  • piora do sistema imunológico
  • ganho de peso
  • aumento do risco de doenças como diabetes, obesidade, doença renal, câncer, doença autoimune, asma e alergias              
  • aceleração do envelhecimento

Ou seja, para se ter uma saúde vibrante é necessário ter micróbios bons o suficiente para afastar os maus.

Como manter o equilíbrio da sua ecologia intestinal

Nossos ancestrais tinham um equilíbrio perfeito de bactérias boas e más, mas, infelizmente, no mundo moderno isso é difícil de ocorrer, pelas mudanças alimentares atuais.

Portanto, enfatize na sua alimentação:

  • Leite cru, iogurte, manteiga e queijo cru procedentes de animais criados à pasto, que podem ajudar a destruir bactérias ruins.
  • Kombucha, por conter probióticos que apoiam o seu microbioma.
  • Kefir. Tem mais proteína e menos açúcar que iogurte. Apenas certifique-se de evitar produtos com adição de açúcar ou aromatizantes.
  • Vegetais fermentados como pepinos, beterrabas, raízes de rabanete e especialmente chucrute. Refiro-me, aqui, ao chucrute caseiro, pois quando você fermenta repolho com sal, as boas bactérias se multiplicam.

Mas fique esperto, pois a maioria dos chucrutes comerciais é pasteurizada. Isso destrói TODAS as bactérias, tanto as boas quanto as ruins.

Veja abaixo uma receita de chucrute fácil e rápida.

Receita de chucrute caseiro

Ingredientes:

  • 1 cabeça de repolho
  • 1/8 xícara de sal marinho do Himalaia rosa ou sal marinho celta
  • 2 dentes de alho descascados e esmagados
  • 1 colher de sopa de flocos de pimenta vermelha
  • 1 colher de chá de pimenta preta, moída

Instruções:

1.  Remova as folhas externas da cabeça de repolho e reserve. Corte o repolho em fatias finas.

2.  Coloque o repolho em uma tigela grande. Polvilhe com sal. Amasse o repolho com as mãos durante cerca de 10 minutos. O repolho deve começar a produzir salmoura líquida. Pare de amassar quando tiver salmoura líquida suficiente para cobrir o repolho.

3.  Adicione o alho e pimenta ao repolho. Misture e transfira para outro recipiente. Você deve ter salmoura suficiente para cobrir o repolho ou complete com água.

4.  Adicione as folhas de repolho reservadas no item 1 e coloque-as cobrindo o repolho submerso na salmoura. Atenção: se não estiver completamente submerso, há o risco de crescer mofo no repolho.

5.  Sele o recipiente. Deixe-o em repouso em um lugar fresco.

6.  Depois de duas semanas, transfira para a geladeira.

7.  Pode ser consumido a partir daí ou conservado na geladeira por até seis meses.

Referências bibliográficas:

  • Sci Rep. 2016;6:30751.
  • Curr Allergy Asthma Rep. 2016;16(2):13.
  • Oncotarget. 2015; 6(11): 9387-9396.
  • Curr Biol. 2015;25(14):R611–R613.
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