Degeneração Macular: um Desastre Alimentar

A degeneração macular tem se tornado atualmente a grande preocupação e a principal causa de perda de visão. O que é surpreendente é que a degeneração macular foi descrita pela primeira vez em 1874 e que, antes de 1925, o número de casos não chegava a 50 em toda a literatura mundial.

Porém, após 1940, esta patologia começou a se tornar mais frequente e vem crescendo assustadoramente, tanto é que a expectativa para 2020 já são 196 milhões de pessoas acometidas.

O que é degeneração macular?

Trata-se de uma destruição irreversível da mácula, (parte de retina), causando a perda da visão central, mas preservando a visão lateral periférica.

O primeiro sinal do problema, pode ser visão embaçada, portanto, nestes casos, procure um oftalmologista.

Degeneração macular não é uma doença do envelhecimento

O conceito que aprendemos é que a degeneração macular é uma consequência inevitável causada principalmente pelo envelhecimento e pela genética, algo que agora se enxerga de outra forma.

No livro “Estratégia Dietética Ancestral para Prevenir e Tratar a Degeneração Macular”, o Dr. Chris Knobbe, oftalmologista, descreve suas pesquisas profundas e sua experiência estudando populações distintas. Ele observou que possivelmente a degeneração macular seria mais uma doença do erro alimentar do mundo moderno, como doenças cardíacas, derrame, hipertensão arterial, obesidade, diabetes tipo 2, distúrbio autoimunes, câncer e etc.

Sua caminhada hoje, no século XXI, é semelhante a do Dr. Weston Price no século XX. A diferença é que seu enfoque é a visão, enquanto o Dr. Price avaliou a dentição e as doenças degenerativas.

Mas as conclusões são as mesmas… Ou seja, que os alimentos industrializados são a raiz da maioria das doenças crônicas e que as populações que consumiam e consomem dietas ancestrais não apresentam esses problemas.

Portanto, a degeneração macular é uma doença induzida principalmente por uma dieta da modernidade, aonde as pessoas passavam das dietas tradicionais e nativas para as ocidentalizadas.

Essas dietas ocidentais são as ricas em carboidrato refinado, grãos, especialmente transgênicos, açúcares, frutose, enlatados, doces, confeitaria, óleos vegetais poli-insaturados e gorduras trans. Além disso, proteínas de animais confinados e laticínios pasteurizados.

Com isso, perdemos de forma significativa altas concentrações de vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K2), hidrossolúveis (complexo B e C) e minerais (magnésio, zinco, cobre, fósforo, potássio) quando comparados com alimentos tradicionais nativos.

Desastre alimentar desde 1880 até hoje

As principais alterações dietéticas causadoras das principais doenças metabólicas são:

1. Surgimento em 1880 de óleos processados, hidrogenados ou parcialmente hidrogenados. Em 1961, já se consumiam 9 gramas por pessoa por dia de óleos vegetais poli-insaturados. Em 2000, eles chegavam a 40 gramas por dia, e isso só vem aumentando. São extremamente deletérios, geradores de gorduras trans, pró-inflamatório, indutor de resistência à insulina e causadores de aumento excessivo de estresse oxidativo. 

2. Introdução de carboidrato refinado na dieta, chegando nos dias atuais a 85% desses componentes na alimentação.

3. Aumento de consumo de alimentos processados (produtos industrializados, feitos para serem bonitos, cheirosos, atraentes e durarem nas prateleiras) sendo a grande maioria carregada com óleos vegetais processados ​​e açúcares adicionados.

E, segundo o Dr. Knobbe;

    “Se uma criança nasce hoje, seus pais estão consumindo alimentos processados ​​e a primeira coisa que ele recebe são alimentos processados. Ele consome isso por 40 ou 50 anos, leva muito tempo para que ele tenha um ataque cardíaco, certo? É muito semelhante para a degeneração macular”.

    “É o motivo exato pelo qual não temos ensaios clínicos controlados aleatoriamente para doenças cardíacas, Alzheimer e degeneração macular, e nunca haverá, porque você não pode controlar muito bem as dietas das pessoas e certamente não posso controlá-los por décadas…”

Recomendações dietéticas preventivas:

1. Dietéticas

Enfatizar uma alimentação não processada, incluindo frutos do mar de águas profundas, carne e laticínios (não pasteurizado) de animais à pasto.

Lembre-se de enfatizar a ingestão de animal como um todo, o que significa que você não deve comer exclusivamente carne de músculo, mas também órgãos e tecido conjuntivo (pense em caldo de osso e cartilagens).

2. Suplementos

– Luteína e Zeaxantina naturais

Quando se trata de proteger a visão, esses carotenoides são altamente efetivos, podendo até reverter parcialmente os danos caso você já tenha a doença.

De todos os carotenoides, apenas luteína e zeaxantina são encontrados em sua retina, aonde há alta presença de oxigênio, necessitando de uma grande quantidade de varredores de radicais livres para evitar danos oxidativos.

Foi publicado no Journal of the American Optometric Association um estudo que mostra que quando os pacientes tomaram 10 mg de luteína e 1 mg de zeaxantina por dia por um ano, eles apresentam melhoras na recuperação de ofuscamento, sensibilidade de contraste e acuidade visual.

Os ovos são uma fonte excelente desses carotenoides luteína e zeaxantina, mas outras fontes adequadas incluem o espinafre, a couve, a abobrinha e vegetais de folhas verdes.

Procure tomar ômega 3 rico em DHA , luteína e zeaxantina juntos para melhores benefícios. Segundo estudo conduzido na Universidade Tufts, em Boston, descobriu-se que tomar estes nutrientes juntos reduz o risco de degeneração macular ao proteger a mácula de danos oxidativos.

Astaxantina

Antioxidante carotenoide mais potente conhecido. Os carotenoides sintéticos não apresentam benefícios. A astaxantina natural é mais potente que betacaroteno, vitamina E, licopeno, luteína e CoQ10. Tem capacidade única de entrar nas células oftálmicas, especialmente na retina, protegendo eficientemente a mácula.

É mais poderoso do que a luteína e zeaxantina, facilmente atravessando os tecidos oculares e exercendo seus efeitos com mais segurança e potência do que qualquer dos outros carotenoides.

A nível oftálmico, é importante na prevenção de danos induzidos pela luz, danos nas células fotorreceptoras, nas células ganglionares e nos neurônios das camadas interiores da retina.

Melhora a performance muscular e a recuperação física, reduz inflamações, dores musculares e articulares após exercícios vigorosos, aumenta força e resistência. Esse incrível varredor de radicais livres é produzido pela microalga Haematoccous pluvialis. Os estudos mostram bons resultados com suplementação de 4 mg, 2 vezes ao dia, mas tenha certeza que não é astaxantina sintética. Se for, esqueça todos esses benefícios.

– Vitamina C natural

Potente protetor antioxidante contra os danos oxidativos causados pela luz UV. Fontes: frutas como laranja, grapefruit, morango, kiwi, manga e abacaxi, e vegetais como brócolis, couve e pimenta.

Vitamina E natural

A retina contém e precisa de muita vitamina E, pois sua ação antioxidante contra a lipo-peroxidação (deterioração das gorduras) e proteção contra os danos da radiação UV é fundamental. A forma sintética, especialmente quando usada em altas doses de um único isômero, o alfa tocoferol, e nenhum dos tocotrienóis, demonstrou causar problemas em potencial.

– Ômega 3 na forma de krill oil

Hoje se fala muito em ácidos graxos essenciais, ômega-3, que deve ser obtido através da alimentação.

Os 3 tipos de ômega 3 são:

  • ácido alfa-linolénico (AAL)
  • ácido eicosapentaenóico (EPA)
  • ácido docosahexaenóico (DHA).

Você deve enfatizar no DHA, pois 30 % da sua retina e do seu cérebro é feito deste ômega-3. Uma das melhores fontes de DHA e EPA é o peixe de água fria, como cavalinha, arenque, truta, atum e salmão. Consumir peixe 2 vezes por semana pode garantir níveis adequados.

Outra opção são os suplementos de ômega 3. Eles promovem a função retiniana saudável, proteção para o seu sistema cardiovascular, minimizam o risco do câncer e da artrite, reduzem a inflamação, além de promover boa função cerebral e memória.

E mais: são altamente eficientes para os seus olhos. Sugere-se usar ômega 3 que forneça 800mg/dia de DHA. Lembre-se: nem todas as gorduras são criadas iguais.

Consumir comida processada em excesso é uma certeza desfavorável de que está ingerindo altas quantidades de gorduras vegetais, monoinsaturadas e poli-insaturadas. Isso o colocará em alto risco de desenvolver degeneração macular, segundo um estudo da Faculdade de Medicina da Harvard.

– Vitamina D

Reduz a inflamação na retina, eliminando a Beta amiloide, um produto residual que compromete a visão. Os estudos mostram que indivíduos com níveis bons de vitamina D são muito menos propensos a desenvolverem degeneração macular.

Outros estudos sugerem que a vitamina D3 podem ajudar a prevenir a degeneração macular. Com a suplementação de vitamina D3 por apenas 6 semanas, em ratos, eles tiveram visão melhorada e reduções na inflamação da retina e dos níveis de beta amiloide, uma marca do envelhecimento. Procure se expor ao sol com segurança para otimizar seus níveis.

É aconselhável exposição ao sol de modo consciente e saudável, pois isso otimiza sua vitamina D e aumenta o óxido nítrico, melhorando a geração de ATP. Com isso, melhora também a função mitocondrial. Portanto, você protegerá não só a sua visão, mas também seu coração, cérebro e saúde em geral, evitando drasticamente o risco de obesidade, diabetes, doenças cardíacas, Alzheimer e câncer.

Então, comece a se cuidar agora. A degeneração macular não é algo como da idade, mas um problema que pode ser evitado. Fique alerta e Supersaúde!

Referências bibliográficas:

  • American Academy of Ophthalmology May 17, 2018
  • Bright Focus Foundation January 5, 2016
  • Retina. 2015; 35(3): 459-66.
  • National Eye Institute AREDS Results
  • The Weston A. Price Foundation January 1, 2000
  • AllAboutVision.com December 2017
  • Cure AMD Foundation, Is Age-Related Macular Degeneration (AMD) Preventable — and Treatable — With Diet?
  • Arch Ophthalmol. 2001; 119(10): 1417-36
  • JAMA. 2013; 309(19): 2005-15
  • National Eye Institute AREDS 2
  • Knobbe, Chris.  Ancestral Dietary Strategy to Prevent & Treat Macular Degeneration. Springville, Utah: Vervante Corporation, 2016, pp.98-103.
  • www.drrondo.com/protecao-contra-degeneracao-macular/
  • www.drrondo.com/como-prevenir-a-degeneracao-macular/
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