Conheça a Síndrome X, a principal causadora do aumento de peso no período da menopausa

Muitas mulheres no período da menopausa enfrentam uma grande batalha contra a balança. Isso porque elas passam por um excessivo aumento de peso nesse período e muitas das vezes não conhecem a verdadeira raiz do problema. Fato é que isso ocorre devido a uma disfunção conhecida como Síndrome X.

A Síndrome X começa com o fenômeno de resistência à insulina, o que significa que o seu corpo se torna gradualmente resistente ao efeito da sua própria insulina. Com isso, o corpo compensa essa resistência produzindo cada vez mais insulina, resultando no excesso do nível dessa substância no sangue. Vale lembrar que a insulina é o hormônio produzido pelo pâncreas para controlar o metabolismo do açúcar e gordura no corpo.

Altos níveis de insulina são indesejáveis por que:

– trata-se de um hormônio de depósito de gordura. Ela converte o excesso de carboidrato da alimentação em gordura corpórea;

– ela suprime o nível de hormônio que queima gordura no seu corpo;

– quanto maior o nível de insulina, mais faminto você fica uma vez que ela estimula o apetite e o desejo por doces e carboidratos como o pão, biscoito, pastas, snacks, arroz, grãos, cereais e açúcar. O alto nível de insulina transforma carboidrato em gordura, e por isso, mesmo comendo uma alimentação low fat, você vai engordar.

Altos níveis de insulina poderão ser muito tóxicos e poderão resultar em outros problemas de saúde, tais como:

– altos níveis do mau colesterol (LDL colesterol);

– baixos níveis de bom colesterol (HDL colesterol);

– altos níveis de triglicérides;

– obstrução e endurecimento das artérias;

– retenção de líquido;

– elevação de pressão arterial;

– níveis instáveis de açúcar no sangue, que pode evoluir para diabetes tipo 2.

A Síndrome X pode ser comparada a um iceberg: tudo o que você vê são os sintomas acima da superfície da água, mas a causa, chamada de desequilíbrio da insulina, fica abaixo dessa superfície. A menos que falemos sobre a correção do distúrbio da insulina, é impossível perder peso.

O único meio de vencer a Síndrome X é tratando a insulina em excesso. Isso se consegue mudando a alimentação para que ela não continue estimulando tanto a produção do hormônio.

Além do que já falamos sobre a síndrome, o principal problema causado por ela é o alto risco de desenvolver doença cardiovascular. Hoje, nos Estados Unidos, 2.600 pessoas morrem por dia por doença cardiovascular e no Brasil, 850 pessoas morrem todos os dias pelo mesmo motivo. Poucas mulheres pensam que podem morrer por doença cardiovascular, apesar de ser a causa número um de óbitos.

A maior preocupação das mulheres ainda é o câncer de mama, e muitos pensam ser essa a principal causa de morte. Mas isso não é verdade! Doença cardiovascular, coágulos, sanguíneos e derrames são os responsáveis por metade de todas as mortes em mulheres. Para cada mulher que morre de câncer de mama, cinco morrem por doença cardiovascular.

Dados estatísticos comprovam que a mulher tem um risco de morte por ataque cardíaco de 25%; de câncer de mama são 4%; fratura óssea, 2,5%; outros tipos de câncer do trato reprodutivo, 2,0%.

Então, se você quer manter sua saúde controlada, é preciso seguir alguns princípios para diminuir a sua insulina. Confira:

– Consuma proteína três vezes ao dia. Se ficar faminto consuma entre as refeições.

Boas fontes de proteína são: carne de gado criado em pasto, carne de aves orgânicas, ovos orgânicos e caipira (de preferência), frutos do mar e todos os tipos de queijos.

– Tome cuidado com carboidratos.

Todos os carboidratos são convertidos em açúcar (glicose) no nosso corpo, e a maioria tem grande potencial de aumentar os níveis de insulina.

A maioria das pessoas com Síndrome X consome muito carboidrato e, portanto, não é capaz de perder peso facilmente, ao menos que reduza a quantidade de carboidrato da alimentação diária.

Sendo assim, evite carboidrato refinado como açúcar, farinha refinada e alimentos com adição de açúcar. Cheque os rótulos e observe os ingredientes. Evite os alimentos que contenham açúcar adicionado, maltodextrina, dextrina e xarope de milho.

Os melhores carboidratos são os integrais ricos em fibra e legumes. Não abuse dos grãos, mesmo os integrais, pois elevam o índice glicêmico, aumentando rapidamente a glicemia.

Muitas mulheres acham impossível perder peso, pois têm metabolismo lento. Na verdade o que elas precisam é suspender todo açúcar, grãos (trigo, aveia, milho, arroz, etc.) e todas as comidas feitas com grãos (pães, pastas, biscoitos, crackers, cereais, bolos, pudins, etc.) por pelo menos seis meses.

O importante é consumir legumes, sementes (e não os grãos) até que tenha perdido quantidade significativa de peso. Por isso:

– Coma muitos vegetais: Devem-se consumir muitos alimentos vegetais, sementes, legumes (feijões, lentilhas).

Esses alimentos são importantes para a boa função hepática e melhora do trânsito intestinal, não retendo toxinas.

– Consuma óleos saudáveis: É importante ingerir a quantidade adequada de ácidos graxos essenciais, em especial o ômega 3, pois colabora na restauração do equilíbrio na relação entre ômega 3 e ômega 6 tão descompensada para o lado do ômega 6.

Não podemos nos esquecer da gordura saturada boa, de origem animal (gado e frango criado em pasto), assim como o óleo de coco, tão fundamental para o bom funcionamento do organismo.

Não confunda aqui a gordura saturada ruim (margarina, óleos vegetais hidrogenados) que realmente causa sérios problemas de saúde como doença cardiovascular, diabetes, obesidade, câncer, Alzheimer, etc.

Diminuir a insulina gera diversos benefícios como:

– redução do apetite, especialmente para carboidratos;

– redução do desejo por açúcar;

– aumento do nível de energia e habilidade para o exercício;

– redução do depósito de gordura;

– aumento da habilidade do corpo em queimar depósito de gordura para energia.

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Referências bibliográficas:

  • Science September 22, 2000;289:2122-2125.
  • Proceedings of the National Academy of Sciences July 18, 2007
  • Cell Metabolism March 2009; 9(3):252-64
  • Nutr Rev, May 2000;58(5):154-160
  • Nutrition, 2002;18:282
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