Como os alimentos processados influenciam no aumento da obesidade

Essa não é a primeira vez – e certamente não será a última – que eu falo com você sobre os inúmeros riscos dos alimentos processados para a saúde.

Os alimentos processados são aqueles que passam por diversos processos industriais, ganhando no caminho corantes, conservantes, excesso de açúcar e gorduras ruins. Para se ter uma ideia, em muitos países, a ingestão deste tipo de junk food está entre 20 a 60% do consumo alimentar diário. Uma verdadeira tragédia para a saúde!

E, cada vez mais, novas pesquisas confirmam o quanto eles podem aumentar seu mau colesterol, sua pressão, seu risco de diversos tipos de câncer e de obesidade.

Sendo assim, desta vez eu trago um estudo publicado na revista Obesity que avaliou, durante um ano, os hábitos alimentares de mais de 9.300 australianos e os impactos provocados pelo consumo deste tipo de alimento.

O resultado deste estudo vem apontando algo que eu já falo com você há bastante tempo: alimentos altamente processados e refinados são verdadeiros vilões para a saúde de maneira geral e estão entre principais contribuintes para as crescentes taxas de obesidade no mundo ocidental.

Esse estudo foi chefiado pelo Charles Perkins Center (CPC) da Universidade de Sydney e foi baseado em uma pesquisa nacional de nutrição e atividade física realizada pelo Australian Bureau of Statistics (ABS).

Relação entre o alto consumo de ultraprocessados e a baixa proteica

Uma das razões pelas quais os alimentos altamente processados e refinados atuam nesse aumento da obesidade está no fato de que as pessoas que os consomem acabam diluindo suas proteínas dietéticas.

A situação também é agravada pelo fato de que os alimentos das dietas ocidentais têm cada vez menos proteínas.

Durante a pesquisa os cientistas descobriram que a ingestão média de energia da população era de 8.671 quilojoules (kJ), com a porcentagem média de energia proveniente de proteínas sendo de apenas 18,4%, em comparação com 43,5% de carboidratos e 30,9% de gordura, e apenas 2,2% de fibra e 4,3% de álcool.

E vale lembrar que as proteínas são fonte de energia, então, quanto menos elas estão presentes na alimentação, mais tendemos a comer para que possamos atingir a meta proteica do nosso organismo.

Resumindo: a “fome de proteína” nos leva a comer mais. Consequentemente, comendo mais – e errado – aumentam-se as chances de desenvolver a obesidade.

Aumento da obesidade

É claro que tantos outros fatores influenciam no aumento da obesidade. Entre eles, inclusive, podemos citar aqui questões como rotinas irregulares de sono, falta de atividade física, padrões alimentares.

Mas, o que este estudo vem mostrar é que a forte demanda do corpo por energia faz com que as pessoas aumentem a ingestão de alimentos como uma alternativa para o desequilíbrio de nutrientes impulsionado por um apetite dominante por proteína.

A partir da relação entre a ingestão de energia versus o tempo de consumo, os cientistas verificaram que:

– As pessoas que consumiram quantidades menores de proteína na primeira refeição do dia, aumentaram a ingestão geral de alimentos nas refeições seguintes;

– Aqueles que consumiram uma quantidade adequada de proteínas não aumentaram a ingestão de alimentos nas demais refeições;

– Em relação à terceira refeição do dia, os que consumiram maior proporção de energia proveniente de proteínas no início do dia tiveram uma ingestão total de energia bastante menor durante o dia.

– Já aqueles que consumiam alimentos com baixo teor de proteína no início do dia passaram a aumentar o consumo, indicando que buscavam compensar com um maior consumo de energia total.

Que tal dar um tempo dos alimentos processados?

Se você é daquelas pessoas que optam pelos alimentos processados (aqueles alimentos prontos e empacotados, congelados, bebidas açucaradas, cereais matinais e produtos feitos com grãos, carnes industrializadas) achando que está optando pela praticidade, devo te alertar que você está, na verdade, colocando a sua vida em risco.

Troque esses alimentos por opções naturais estão ao seu alcance. Esqueça os congelados, enlatados e ultraprocessados em geral.

Priorize gorduras naturais boas e proteínas, ambas de produtos de animais criados a pasto. Combine-as com vegetais, de preferência orgânicos. Este é o pilar da dieta keto, que além de ser saudável, vai lhe manter em boa forma.

Mudando seus hábitos alimentares, você vai também mudar a sua vida. Acredite!

Supersaúde!

 

Referências Bibliográficas

– Universidade de Sidney. “Alimentos processados ​​são a chave para o aumento da obesidade: ‘fome de proteína’ leva a comer demais, mostra estudo populacional em larga escala.” ScienceDaily.

– É isto que os ultraprocessados estão fazendo com o seu coração: https://drrondo.com/e-isto-que-os-ultraprocessados-estao-fazendo-com-o-seu-coracao/

 

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