Cinco Razões Para Amar O Colesterol

Quem conhece e acompanha meus livros e os artigos aqui do site já sabe da minha posição sobre o colesterol. Definitivamente, ele não é um vilão! A guerra contra o colesterol pode trazer mais malefícios que benefícios à saúde, e colesterol muito baixo é sinal de alerta. Além disso, há diversos motivos para amá-lo. Quer saber quais são?

1) Melhorador da função cerebral: O seu cérebro precisa de colesterol da mesma forma que o Tico precisa do Teco!  Um quarto do colesterol no seu corpo se destina ao cérebro, onde ele estimula um processo chamado neurogênese, pelo qual novas células são fabricadas. É por isso que pessoas na terceira idade que têm níveis MAIS ALTOS de colesterol LDL têm memórias MELHORES, de acordo com pesquisas publicadas. Quando você reduz o colesterol, as suas células cerebrais são comprometidas. Elas morrem, deixando teias de aranha na sua cabeça. Por isso, não é de se estranhar que as estatinas estejam ligadas à perda de memória.

2)  Potencializador da Nutrição:  Você come direito, toma as suas vitaminas e presume que tudo vai para onde precisa ir. Mas existem nutrientes solúveis em gordura, que precisam do colesterol para viajar pelo corpo.  Quando o LDL não está lá para dar uma carona, eles não vão para onde são necessários: ao contrário, são eliminados pelo organismo.

Como resultado, o LDL baixo pode tornar difícil ou até impossível o uso das vitaminas A, D, K e E e da coenzima Q10.  Sabe aquela dor muscular tão comum entre os usuários de estatinas?  É sinal de baixa CoQ10. Essa coenzima não só dá força aos músculos dos seus braços e pernas, mas também é responsável pela força dos músculos que mantêm o seu coração bombeando.

3)  Incrementador do Sistema Imune:  É fato que as pessoas com baixo colesterol estão mais vulneráveis a infecções. Mas não é só isso: elas acabam ficando também mais propensas a internações por infecções como a septicemia.

Até nisso o colesterol alto é um aliado. Ele pode prevenir ou curar tudo, desde infecções respiratórias até as infecções mais sérias, como a tuberculose. Em um estudo, pacientes com TB receberam dietas com diferentes níveis de colesterol. 80% dos que receberam uma dieta rica em colesterol, associada aos seus medicamentos, foram curados em 8 semanas. Já entre os que se alimentaram com níveis “normais” de colesterol, apenas 9% se curaram.

4)  Protetor do Câncer:  Se o seu nível de LDL atingir 70,  sabe o que você ganha?  CÂNCER!

Baixo LDL significa alto risco de câncer: segundo pesquisas, reduzir o LDL para 70 ou menos aumenta o risco de câncer em 1500%!  Pior ainda, outros estudos já mostraram que o baixo colesterol não só fará com que você tenha maior probabilidade de desenvolver o câncer, mas também aumentará a probabilidade de MORRER dele.

5)  Auxiliador da Longevidade:  Sim, o colesterol LDL – o colesterol “ruim” –  incrivelmente desempenha um papel fundamental em manter você VIVO. Todos os resultados de estudos objetivos sobre o assunto mostram que a afirmação é verdadeira: quanto mais baixo o seu nível de LDL, mais curta a sua vida.

O colesterol baixo mais que dobrará o seu risco de morte prematura, segundo um estudo de 1997. Já outra pesquisa, de 1994, descobriu que reduzir o colesterol total para abaixo de 180 aumenta o risco de morte por todas as causas em quase um terço (especialmente por câncer e doenças hepáticas).

No Japão, outra publicação descobriu que as pessoas com um nível de LDL até 160 tinham risco de morte mais baixo para todas as causas, quando comparadas àquelas com um nível abaixo de 100 – nível que se consideraria perfeitíssimo.

Agora, veja o meu conselho sobre o colesterol:  esqueça tudo que você já ouviu.  Pare de se estressar com o LDL e o HDL! Atente-se apenas ao colesterol total: se ele estiver entre 200 e 300, você não tem nada para se preocupar.  

Mas, se estiver mais baixo, é hora de arregaçar as mangas: você tem que se adequar.

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Referências bibliográficas:

  • American Heart Association January 23, 2008
  • The Journal of the American Medical Association (1997;278:313-321)
  • Journal of the American College of Cardiology July 31, 2007; 50:409-418
  • The Journal of Clinical Investigation December 2007; 117(12):3940-51
  • Annals of Internal Medicine (1998;128(6):478-487)
  • New England Journal of Medicine March 19, 2014
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