Bebida na Adolescência pode Prejudicar o Cérebro para o Resto da Vida

Não é segredo para ninguém que o excesso de bebida alcoólica traz uma infinidade de problemas para a sua saúde. E quanto mais cedo isso acontece, pior para o indivíduo. É por isso que o hábito de consumir álcool já no período da adolescência deve ser evitado a todo custo!

Sabemos que cada vez mais os jovens têm começado com esse hábito nocivo cedo demais. E uma nova pesquisa confirma que ele causa danos permanentes ao cérebro, com mudanças inclusive no DNA – algo bem sério e extremamente preocupante!

Já se sabia que o uso de bebida alcoólica durante a adolescência, principalmente em grandes quantidades, provoca efeitos duradouros nas redes neurais do cérebro.

Mas, agora, descobriu-se algo novo…

A bebida na adolescência prejudica o cérebro

Especialistas na pesquisa sobre os efeitos do álcool na epigenética, da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, descobriram que os efeitos duradouros no cérebro são causados por uma mudança epigenética.

Essa mudança altera a expressão de uma proteína importante para a formação e manutenção de conexões neurais na amígdala – a parte do cérebro relacionada à emoção, medo, ansiedade.

Explicando melhor: a epigenética refere-se a mudanças químicas no DNA, alterando a atividade dos genes. O que os pesquisadores descobriram é que o consumo de bebidas antes dos 21 anos reduz a quantidade de uma proteína chamada BDNF, prejudicando assim o desenvolvimento cerebral.

Segundo Subhash Pandey, um dos autores da pesquisa:

“A BDNF é necessária para o desenvolvimento normal do cérebro e para a formação de conexões entre os neurônios. Se os níveis diminuírem devido à exposição ao álcool, o cérebro não se desenvolverá normalmente […].

As mudanças epigenéticas que vimos na amígdala de bebedores de início precoce podem alterar a função normal da amígdala, que ajuda a regular nossas emoções, e pode fazer com que os indivíduos fiquem mais suscetíveis a coisas como a ansiedade, […] ou o desenvolvimento e manutenção do transtorno do uso de álcool mais tarde na vida”.

Daí a importância do combate à bebida nessa fase da vida. Se o excesso é prejudicial a qualquer momento, a situação é pior, obviamente, para cérebros ainda em formação.

Por outro lado, mais uma vez mostra-se o quanto a genética é influenciada pelas nossas ações. Durante muito tempo se achou que nosso DNA era uma “sentença” do que aconteceria com nossa saúde. Mas o que vemos a cada dia é que ele pode ser estimulado por nossas atitudes e pelo meio no qual vivemos.

Atitudes saudáveis nos beneficiam, enquanto as prejudiciais podem alterar a expressão dos genes, gerando graves problemas. Portanto, cuide-se! E se tem adolescentes na família, fique de olho. Eles ainda estão se desenvolvendo, e hábitos nocivos, como o da bebida alcoólica, podem ter efeitos para o resto de suas vidas.

Referências bibliográficas:

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