Aspirina: Usar ou Não?

É indicado o uso diária de aspirina?

Até hoje isso tem sido recomendado para reduzir o risco cardíaco, porém, uma série de estudos refuta seus benefícios.

Há muitas controvérsias sobre o assunto, tanto é que a US Food and Drug Administration mudou a sua posição sobre esse uso diário observando:

“O FDA concluiu que os dados não suportam o uso de aspirina como medicação preventiva por pessoas que não sofreram um ataque cardíaco, acidente vascular cerebral ou problemas cardiovasculares, um uso que se chama ‘prevenção primária’. Em tais pessoas, o benefício não foi estabelecido, mas os riscos – como sangramento perigoso no cérebro ou no estômago – ainda estão presentes”.

No caso das pessoas saudáveis, ​​que sejam de baixo risco de ataque cardíaco, as evidências sugerem que o uso diário não traz benefícios.

Por outro lado, há situações aonde os benefícios ainda podem superar os riscos para algumas pessoas.

Segundo um artigo publicado no British Journal of Medicine (BJM) em 2002, baseado em uma série de meta-análises da Colaboração de Trialistas Antitrombóticos com mais de 100.000 pacientes de alto risco cardíaco, concluiu-se que a terapia com aspirina não estava tendo a eficiência que se esperava em salvar vidas.

O autor do artigo, Dr. John GF Cleland, Cardiologista da Universidade de Hull no Reino Unido, pontua:

  • a terapia da aspirina não estava salvando vidas
  • o número de eventos não fatais foi reduzido
  • o número de morte súbita realmente aumentou
  • que a aspirina pode mudar a forma de como os eventos ocorrem
  • que os estudos que promovem os seus benefícios apresentavam vieses e imperfeições.
  • a aspirina pode prevenir alguns ataques cardíacos ao parar a formação de coágulos, mas também pode desencadear outros causando hemorragia na placa de colesterol, resultando em nenhum benefício geral em termos de ataque cardíaco ou prevenção de AVC.

A controvérsia continua

Por outro lado, pesquisa realizada pelo Dr. David Agus, da University of Southern California Keck School of Medicine, sugere que a aspirina pode, de fato, diminuir o risco de ataque cardíaco em pessoas com mais de 50 anos com alto risco, além de reduzir o risco de câncer.

Orientações antagônicas

As orientações para o uso da aspirina variam, pois a FDA já não recomenda a aspirina diária para aqueles que não possuem história de problemas cardíacos.

Por outro lado, a American Heart Association (AHA) e a Força -Tarefa de Serviços Preventivos dos EUA (USPSTF) ainda o fazem, desde que você seja considerado de alto risco.

Com isso, o aconselhável é que as pessoas discutam com os seus médicos sua relação de risco e benefício individual do uso da aspirina.

No caso de você decidir interromper esse uso diário, não o faça abruptamente, pois pode desencadear um ataque cardíaco fatal.

Passo a passo para ajudá-lo na decisão

Veja a posição de muitos médicos convencionais.

Não é recomendada a terapia diária de aspirina caso você tenha transtorno hemorrágico ou de coagulação que o faça sangrar facilmente ou atualmente sofra de úlceras hemorrágicas.

Mas é recomendado no caso de:

  • um ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral.
  • você não ter sofrido um ataque cardíaco, mas possuir um stent de artéria coronária, ter passado por cirurgia de revascularização ou sofrer dor torácica devido a doença arterial coronariana.
  • você não ter tido um ataque cardíaco, mas estar em alto risco para um (embora o FDA não suporte esta recomendação).
  • você ter diabetes e é um homem com mais de 50 anos ou mulher com mais de 60 anos e possui pelo menos um fator de risco adicional para doenças cardíacas, como tabagismo ou hipertensão arterial (pressão alta).

Porém, no caso de diabéticos, uma série de estudos, entre 20 e 21, não encontraram nenhum benefício claro da terapia com aspirina.

Sinais de hemorragia interna

O uso de aspirina diário é com uma aspirina para bebês: por dia, que contém 75 a 81 miligramas (mg).

Outra opção que se usa é uma dose de 300 a 325 mg em dias alternados.

Fique sempre atento a sinais de hemorragia que incluem:

  • vômitos de sangue ou grânulos de marrom escuro que se assemelham a borra de café
  • fezes com sangue vivo ou com aspecto bem escuro.

Se você tem alguma destas manifestações, ligue para o seu médico. Fique atento, pois sua saúde é coisa séria!

Referências bibliográficas:

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