Alzheimer: Novas medicações, novos riscos

O FDA está aprovando 3 novas medicações para o tratamento de Alzheimer, cujo objetivo é reduzir as placas de beta amiloide no cérebro, algo que tem sido tentado por mais de 25 anos, sem sucesso.

O que se conseguiu até hoje foi mais risco que sucesso, mas é aonde a Indústria Farmacêutica tenta mostrar que reduzir o beta amiloide, um sintoma da doença, mas não a causa, seja a solução.

Veja o que se conseguiu

  1. Lacanemab (Legembi)

Trata-se de um anticorpo monoclonal, que se liga a placas beta amiloide no cérebro.

O estudo de confirmação do seu efeito, foi publicado no New England Journal of Medicine.

Em 18 meses de pesquisa com 836 pacientes, observaram terem reduzido marcadores de beta amiloide em estágio inicial de doença de Alzheimer, alcançando um declínio moderadamente menor em cognição e função, quando comparado com grupo placebo.

Porém, haviam sérios efeitos colaterais em 21% dos indivíduos testados, sendo que 71% tiveram que parar completamente o estudo.

A reação mais comum foi de edema cerebral conhecido por ARIA-E ou hemorragia cerebral (ARIA-H).

Segundo o Dr. Richard Isaacson, diretor do Alzheimer’s Prevention Clinic, da Florida Atlantic University comentou:

     “Vou prescrever esse medicamento para a pessoa certa, na dose certa e de forma monitorada com muito cuidado, mas esse medicamento não é para todos… Eu faria primeiro o teste genético para APOE4. Gostaria de ter uma discussão franca com meus pacientes.

     Se alguém está tendo efeitos colaterais, se está tomando um medicamento para afinar o sangue, ou tem um problema, eles precisam discutir isso com o médico assistente e procurar atendimento médico imediatamente”.     

E, nas informações de prescrição da nova droga, há a preocupação com ARIA, aonde o FDA observa:  

     “ARIA mais comumente se apresenta como inchaço temporário em áreas do cérebro que geralmente desaparece com o tempo e pode ser acompanhado por pequenos pontos de sangramento dentro ou na superfície do cérebro, embora algumas pessoas possam ter sintomas como dor de cabeça, confusão, tontura, alterações da visão, náuseas e convulsões.

     Outro alerta em relação a essa medicação é para o risco de reações relacionadas à infusão,  como sintomas gripais, náuseas, vômitos e alterações na pressão arterial. Os efeitos colaterais mais comuns do Leqembi foram reações relacionadas à infusão, dor de cabeça e ARIA.”   

  1. Aducanumab (Aduhelm) 

É a outra medicação que também age de modo similar do Legembi, com os mesmos efeitos colaterais alarmantes.

E mais, Adam Brickman, da Columbia University, New York City, sugere que a droga pode deixar o declínio cognitivo pior, em vez de melhorar, e afirma:

“É difícil dar uma interpretação positiva às anormalidades de neuroimagem”, escreveu ele. “… [Nós] simplesmente não sabemos as consequências a longo prazo.”      

O Dr. Aaron Kesselheim, que foi um dos membros do painel consultivo da FDA, foi contra a aprovação da droga e disse:

“Provavelmente a pior decisão de aprovação de medicamento na história recente dos Estados Unidos”.

  1. Vacina contra Doença de Alzheimer, designada UB-311

Trata-se de uma aplicação imuno terapêutica anti beta amiloide, como as medicações citadas acima, com ação também nas placas de beta amiloide no cérebro.

Apesar de neste projeto, que já passou da fase 2 e está na fase de longa avaliação ter passado por 300 falhas de objetivo.

Agora começou a fase 2b do estudo, mas não se sabe o que pode ocorrer em termos de consequências que a aplicação possa causar.

Portanto, as medicações cujo objetivo é reduzir o beta amiloide, parece não ser a solução.

Trazem mais malefícios que benefícios.

A Doença de Alzheimer é uma doença que requer uma abordagem holística para a prevenção e tratamento.

Deve-se enfatizar o exercício, dieta keto, otimizar o nível de vitamina D e outros hormônios. Além disso, horas adequadas de sono, meditação, desintoxicação, eliminação do glúten e alimentos processados.   

 

Referências bibliográficas:

U.S. FDA January 6, 2023

CNN January 6, 2023

Alzforum December 14, 2021

CNN December 29, 2022

GlobalNewswire May 2, 2022

New York Times February 10, 2020

 

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