Tire suas dúvidas sobre diabetes

Falta de informações corretas pode dificultar o tratamento.

Por mais que a diabetes seja uma doença cada vez mais comentada, muito do que ouvimos falar sobre ela pode estar incorreto. Há uma enorme quantidade de desinformação circulando sobre essa doença epidérmica. Infelizmente, essa confusão faz com que uma boa parte das pessoas com diabetes não tenham noção do que fazer para reverter o problema e, o mais preocupante, muitas pessoas nem sabe que tem a doença. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde aproximadamente 50% da pessoas com diabetes do tipo 2 não sabe que tem consciência que tem diabetes.

Mesmo com todas essas informações circulando pelos meios de comunicação, é possível ver um aumento nas taxas de glicose tanto de adultos como de crianças. Segundo dados da American Diabetes Association hoje em dia, um em cada quatro americanos tem diabetes ou pré-diabetes.

Uma das informações que causa mais estrago é de que após o diagnóstico da doença, tudo que precisa ser feito é manter os níveis de glicose no sangue sobre controle. A verdade é que essa doença é perfeitamente previsível, e normalmente curável se você seguir algumas medidas simples, novos ajustes de estilo de vida. Com os conselhos médicos corretos, é possível restaurar a sensibilidade à insulina e leptina, melhorar o quadro da doença e evitando uma série de problemas de saúde e até a morte prematura.

Pretendo nesse artigo tirar algumas dúvidas mais comuns sobre diabetes, que, se explicadas da maneira correta, podem ajudar o paciente no tratamento.

Diabetes tipo 1 e tipo 2: Qual a diferença ?

Diabetes (também conhecida como diabetes melitus) é uma condição crônica tradicionalmente marcada pelo alto nível de glicose no seu sangue. A tipo 1, é conhecida como diabetes insulino-dependente (também conhecida como diabetes juvenil), e a tipo 2 conhecida como não insulino dependente (ou do adulto).

No caso da diabetes tipo 1, o sistema imunológico destrói as células do pâncreas que produzem insulina, resultando em completa deficiência do hormônio insulina. Nesse caso, a suplementação com insulina é fundamental na maioria dos casos. Ocorre normalmente em pessoas de menos de 20 anos de idade e, infelizmente, não tem cura conhecida.

Entretanto, pesquisas recentes tem mostrado uma preocupação com o fato de se evitar a exposição ao sol, como sendo um fator estimulador do desenvolvimento do diabetes tipo 1. As mães portanto podem evitar esse risco em suas crianças melhorando os níveis de vitamina D com exposição ao sol ou suplementação.

Caso você tenha diabetes tipo 2, o seu corpo está produzindo insulina, mas não consegue usá-la apropriadamente para metabolizar a glicose.

Diabetes do tipo 2 é a forma mais comum da doença representando de 90 a 95% dos casos de diabetes. Como o seu desenvolvimento depende dos hábitos da pessoa, ela pode ser prevenida e, na maioria dos casos, pode ser curada.

Caso você tenha diabetes tipo 2, o seu corpo está produzindo insulina, mas não consegue reconhece-la e usá-la apropriadamente para metabolizar a glicose. Esse é um estágio conhecido como resistência à insulina.

Se a sua insulina for inadequada, o açúcar não poderá chegar às suas células, e ficará acumulado na corrente sanguínea, causando uma variedade de problemas. É por isso que as pessoas com diabetes têm altas taxas de açúcar sanguíneo.

Os sintomas são:

– sede excessiva
– náuseas e vômitos
– visão alterada (turva)
– cansaço aumentado
– irritabilidade
– muita fome (mesmo após se alimentar)
– alteração de peso para mais ou para menos
– dificuldade de cicatrização de feridas
– formigamentos nas mãos/ e ou pés

Diabetes não é doença do açúcar sanguíneo

Diabetes é uma doença dos sinalizadores da sensibilidade à insulina e leptina, e não doença do açúcar no sangue como muito se fala. Além disso, a elevação da insulina está associada a diversas doenças como:

– doença cardíaca
– câncer
– obesidade
– derrame
– doença vascular periférica

Leptina

Por mais que a diabetes seja muito mais relacionada à insulina, outro hormônio tem papel nessa doença: a leptina. Ela possivelmente é o elo perdido entre obesidade e diabetes.

A leptina é um hormônio produzido nas células gordurosas, e um dos seus papéis básicos é regular o apetite e seu peso corpóreo. Ele informa o seu cérebro quando comer, quanto comer, e principalmente quando parar de comer. Além disso, a leptina diz ao seu cérebro o que fazer com a energia que gera, e é responsável pela eficiência da sensibilidade à insulina.

Insulina

Quando o organismo necessita de energia extra e há um elevado nível de açúcar no sangue, a insulina é liberada na corrente sanguínea. Uma pequena parte é estocada como glicogênio, mas a reserva energética principal é feita como gordura.

Portanto, o papel principal da insulina não é baixar o seu açúcar sanguíneo, mas depositar energia extra para momentos de necessidade no futuro. O efeito da insulina de baixar o açúcar sanguíneo é um efeito colateral desse processo de depósito energético.

É por isso que os tratamentos para diabetes que só visam diminuir o açúcar sanguíneo podem na verdade piorar em vez de corrigir o problema de má comunicação metabólica. Usar insulina pode ser uma das piores atitudes para tratar o Diabetes tipo 2, pois ela pode estar na verdade piorando a sua sensibilidade à insulina e a leptina no transcorrer do tempo.

Frutose: o grande problema

A presença de frutose em quantidades maciças como vemos na alimentação ocidental certamente está induzindo essa epidemia de Diabetes. O açúcar de mesa é 50% frutose e 50% glicose, sendo que os dois são metabolizados de forma diferente. Praticamente todas as células do corpo são designadas para usar glicose como energia, especialmente as células cerebrais. No entanto, a frutose é degradada em uma variedade de toxinas que podem promover efeito devastador em sua saúde.

Frutose pode ter os seguintes efeitos adversos no metabolismo:

– não estimula o aumento da leptina, então o sinal de saciedade é suprimido.
– aumenta a sua insulina e os seus triglicérides, o que efetivamente reduz a quantidade de leptina atravessando a sua barreira hemato encefálica, o que causará alteração na comunicação entre leptina e o hipotálamo, havendo então predisposição para comer mais.
– frutose não suprime Ghrelina, como o açúcar faz. Ghrelina é o hormônio da fome, fazendo com que se consuma mais alimentos.

Com isso, maior tendência de se ganhar peso, o que certamente piora o Diabetes. Portanto limite o consumo de frutose, e isso inclui frutas, alimentos refinados e refrigerantes.

Como prevenir Diabetes: Atitudes que podem aumentar a sua sensibilidade à insulina e leptina, e com isso reduzir suas chances de desenvolver Diabetes.

1) Exercício: é um fator essencial, e sem ele você estará perdendo o controle dessa doença.

2) Eliminar grãos e açúcares: especialmente frutose, pois estes apresentam ação desfavorável quanto à sensibilidade à insulina. Você deverá eliminar mesmo os grãos saudáveis. Isso significa evitar pães, pasta, cereais, arroz, batata e milho. Evite fruta até que a sua glicemia esteja sob controle.

3) Alimente-se de acordo com o seu tipo metabólico.

4) Controle a sua insulina de jejum mantendo-a entre 2 e 4. Quanto maior o seu nível mais alterada será a sua sensibilidade à insulina.

5) Bons níveis de vitamina D. Com isso você estará não só tratando a Diabetes tipo 2 mas também prevenindo o risco das crianças de desenvolverem Diabetes tipo 1. O ideal é através da exposição ao sol em horários adequados ou eventualmente a suplementação com vitamina D3, que deve ser monitorada laboratorialmente cuja faixa terapêutica é entre 60 e 80 ng/ml.

6) Probióticos: diversos estudos tem mostrado que a flora intestinal de indivíduos obesos é diferente de indivíduos magros. Quanto melhor for a sua flora intestinal, melhor é a sua imunidade e melhor o seu corpo funcionará.

Com isso você tem uma visão rápida das causas, prevenção e mesmo tratamento da Diabetes. Com esse conhecimento você certamente tem mais chances de manter a sua saúde em forma.

Super Saúde

 

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