Conheça quatro testes médicos que podem salvar o seu cérebro

Você saberia responder com que velocidade e quão bem o seu cérebro está envelhecendo?  Sabe dizer se ele está vencendo ou perdendo a batalha contra os radicais livres, ou ainda, se está produzindo a quantidade suficiente de antioxidantes?

Será que o seu cérebro – e o seu corpo – estão sendo destruídos por inflamação?

Para descobrir as respostas existem quatro testes simples, seguros e não invasivos que podem fornecer dados vitais sobre a saúde do seu cérebro e a sua susceptibilidade de envelhecimento cerebral. Sugiro a todos os meus pacientes que façam esses testes e os tomem como rotina da avaliação médica.

Cada um desses testes podem detectar problemas em potencial, tanto cerebral como neurológicos, bem antes de você apresentar qualquer sintoma. Munido dessas informações, você pode se organizar para fazer uma boa prevenção antes que possam surgir danos significativos.

Em alguns casos, esses testes podem ser repetidos para monitorar como o seu programa está funcionando e verificar se precisa ou não tomar medidas mais drásticas.

Particularmente eu encaro isso como sendo a verdadeira medicina preventiva. É como eu acredito que a medicina deve ser praticada neste século 21.

Então, tenho o prazer de apresentar a você os quatro testes que podem salvar o seu cérebro.

 

Teste 1 – O teste de Lipoperoxidação (LPO)

Antes preciso pergunta-lo uma coisa: será que você está sob ataque dos radicais livres?

Quando o seu cérebro está funcionando a reboque, você está esquecendo coisas a cada minuto e tropeçando em suas palavras. Isso é sinal de que o seu cérebro está super agredido por radicais livres. Como você tem certeza? Através do Teste de Lipoperoxidação! Ele mede o grau de atividade dos radicais livres no seu cérebro. E por que você precisa saber disso?

Agressão dos radicais livres não está somente afetando o seu dia a dia, mas está correlacionado com uma série de problemas, desde envelhecimento cerebral prematuro a doenças como o Alzheimer, o Parkinson e até mesmo à doença cardíaca. Esse teste pode dizer se você está tomando antioxidantes suficientes para deter a lesão causada pelos radicais livres.

Lipoperóxido é um químico marcador seguro da atividade dos radicais livres no tecido gorduroso do seu corpo. Como o seu cérebro é basicamente feito de gordura, esse teste é um modo excelente de se determinar a atividade dos radicais livres no seu cérebro.

Quanto maior o grau de lipoperóxidos, maior é o nível de agressão pelos radicais livres no seu cérebro e sistema nervoso. Além disso, o teste indica também qual é a potência do seu sistema de defesa antioxidante. Porém, pode levar anos, ou mesmo décadas, até que você veja os resultados finais dessa atividade, em termos de sintomas.

Caso esteja ingerindo a quantidade adequada de antioxidantes em alimentos e suplementos, o seu corpo pode estar sendo capaz de controlar os radicais livres.

Outros fatores como estresse, doença e certos remédios, podem diminuir as suas defesas antioxidantes. Se você tem altos níveis de produção de lipoperóxidos, é sinal que deve mudar a sua alimentação, reforçar a ingestão de suplementos antioxidantes e reavaliar seu estilo de vida para verificar se não está sob estresse intenso ou exposto a tóxicos.

Segundo estudos publicados no Archives of Neurology, em junho de 2002, os pesquisadores encontraram uma correlação direta entre altos níveis de lipoperóxidos e distúrbio cognitivivo leve em pacientes idosos, uma condição atualmente reconhecida como percursora da Doença de Alzheimer.

Em outras palavras, o Teste de Lipoperóxidos pode detectar estágios iniciais da Doença de Alzheimer num momento em que ainda se pode parar ou diminuir o dano causado pelos oxidantes. Isso é a melhor Medicina Preventiva.

 

Teste 2 – Homocisteína

Será que você está ingerindo a quantidade adequada de vitaminas do complexo B?

Se você tem passado pelo seu médico nestes últimos oito anos e ele não tem checado os seus valores de homocisteína, você deve ficar envergonhado. Eu sei que essas palavras são duras, mas tendo em conta tudo o que sabemos sobre a relação entre níveis elevados de homocisteína e a saúde do seu cérebro e do seu corpo, é absolutamente imperdoável que esse teste não seja parte da rotina de cada exame físico anual.

Pode ser que esse teste esteja sendo negligenciado porque a solução para a homocisteína alta é um regime vitamínico simples e barato que não é promovido pela indústria farmacêutica.

Eu destesto parecer cínico, mas uma vez que você aprende um pouco mais sobre homocisteína, você vai entender porque eu acredito que esse teste é tão importante e porque fico tão irritado, pois só poucos médicos o oferecem aos seus pacientes.

A homocisteína é um aminoácido que é produzido por todas as células do corpo como parte normal do ciclo de metilação. Metilação, por sua vez, é uma reação essencial para a vida e está envolvido em centenas de processos diferentes do corpo, desde produzir neurotransmissores no cérebro a preservar a saúde dos ossos e ativação de genes que ajudam avreparar o DNA.

No corpo, o ácido fólico e a vitamina B12 degradam a homocisteína em outro aminoácido, a metionina. Ela é a base do S-adenosyl-methionine (SAM-e), um aminoácido associado ao humor. SAM-e, por outro lado, aumenta a atividade de uma enzima que converte metionina na benéfica glutationa. Havendo quantidades adequadas de vitaminas do complexo B, o corpo controla o excesso de homocisteína.

O que acontece caso não haja quantidades adequadas de vitaminas do complexo B disponíveis para degradar homocisteína?

Níveis elevados de homocisteína podem consumir o seu cerebro, fazer com que seus reflexos fiquem lentos e até levar a depressão. Pode também dobrar as suas chances de desenvolver Doença de Alzheimer. Simplismente, em altas concentrações, homocisteína pode matá-lo. Ela se torna tóxica para as células endoteliais, promovendo aterosclerose ou endurecendo as artérias do seu cérebro e do coração. O excesso de homocisteína pode aumentar o dano causado pelos radicais livres em nível de artéria, o que aumenta a formação de placas e estimula a resposta inflamatória pelo sistema imune. Muita homocisteína e/ou poucos elementos do complexo B estão associados com um aumento de risco de derrame, doença cardíaca, depressão e mesmo certos tipos de câncer.

Infelizmente, muitas pessoas têm altos níveis de homocisteína e nunca souberam disso! Normalmente, são deficientes em vitaminas do complexo B! Nossa alimentação moderna, altamente processada, frequentemente é carente em vitaminas B. Além disso, com o envelhecimento, as pessoas passam a ter maior dificuldade de absorver essas vitaminas, devido á atrofia da mucosa gastrointestinal e ao uso de antiácidos que pioram ainda mais o processo. Pacientes com Parkinson também apresentam altos níveis de homocisteína.

A boa notícia é que a homocisteína elevada pode ser facilmente reduzida com o uso de uma combinação de elementos do complexo B e ingerindo uma alimentação rica em vitaminas B.

O que é normal? Um teste sanguíneo simples, semelhante ao que é feito para se checar colesterol.

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Teste 3 – Proteína C Reativa: marcador de inflamação

A Proteína C Reativa é liberada pelo corpo em resposta à inflamação aguda. Pode ser medida por um simples teste sanguíneo.

O que esse teste dirá? Quanto maior o valor, maior o grau de inflamação no seu corpo.

A inflamação é um sinal de que o seu cérebro está sob ataque excessivo de radicais livres. Com o tempo, você vai perder mais e mais a sua função cerebral. Esse processo de agressão não é localizado só no seu cerebro, mas em todo o corpo, podendo causar lesões por toda parte.

Na verdade, é consenso médico de que inflamação é um importante fator de risco, especialmente para o coração, mais importante até do que o colesterol. É também um excelente preditor de distúrbios cerebrais como na Doença de Alzheimer e derrame.

O que é normal?

Proteína C Reativa acima de 0,11 ou de 3 miligramas/l (depende da metodologia do laboratório) é considerado que a inflamação está em níveis indesejáveis.

 

Teste 4 – Mineralograma ou Exame do Fio de Cabelo

Essa técnica é uma ferramente efetiva na investigação e monitorização da poluíção e o seu reflexo no organismo humano através da contaminação externa e interna com traços de elementos poluentes.

Checar toxicidade por metais pesados.

Três metais tóxicos merecem a nossa atenção:

Mercúrio: pela ação neurotóxica, causando confusão, depressão, fadiga e perda de memória. Gera sintomas semelhantes ao envelhecimento cerebral severo.

Alumínio: aumenta o risco de doença neurológica. Há concentrações anormais em cérebro de indivíduos com Doença de Alzheimer, chegando a níveis 30 vezes maiores do que o normal. Não se sabe ao certo se é o acumulo de alumínio que causa Alzheimer ou isso é o resultado da doença.

Chumbo: neurotóxico. Promove comprometimento de memória ou qualquer anormalidade cerebral.

Então, não abra mão desses testes se você quer que seu cérebro e seu corpo envelheçam de maneira sadia e sem grandes danos.

 

Referências Bibliográficas:

– Prevenção: A Medicina do Século XXI. Editora Gaia. 1996.

– Biological Trace Element Research. 1995. 47:125-131.

– Hospital Practice. 1997, June 15. 81-92.

– Neurology. 2010, Oct 19. 75(16):1408-14.

Neurology. 2011, Sep 27. 77(13):1276-82.

–   Circulation. 1998. 97:425-428

–   Emergency Medicine. 1989, April 30. 8l-88.

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