Saiba qual é a relação entre a taxa metabólica basal e uma alimentação correta

É muito comum imaginarmos que o modo racional de perder peso é a obsessiva redução das calorias que ingerimos. Só que isso não é bem assim. A perda de peso está mais ligada à qualidade e varidade dos alimentos que consumimos. Se quisermos perder peso de forma eficiente, devemos mudar nossa alimentação, nosso estilo de vida e, então, a nossa taxa metabólica basal se elevará naturalmente, chegando a um peso menor.

Cada um de nós tem a sua própria taxa metabólica basal; ela é determinada pelo que comemos e pelo modo como vivemos. Existem indivíduos com uma taxa menor e que absorvem mais calorias do que de fato eles precisam, mesmo ingerindo uma quantidade bem menor do que a de uma pessoa magra, e acabam acumulando esses excessos nas células de gordura branca. Nos indivíduos com taxa metabólica alta os músculos, cérebro, pulmão, pele e sangue requerem mais calorias e com isso promovem sua queima rapidamente e com mais eficiência.

Alguns comem bem e são muito ativos; estes mantêm suas taxas metabólicas altas. Outros comem pouco, são inativos e promovem um metabolismo lento e com isso acabam engordando. A decisão de fazer parte do primeiro ou do segundo grupo é nossa. Pequenas mudanças nos hábitos alimentares podem fazer grande diferença. Procure comer lentamente, mastigar bem, combinar adequadamente os alimentos e respeitar o seu tipo metabólico. Fazendo isso, você estará ajudando o seu corpo a aproveitar adequadamente o que você come, evitando excessos.

Outro detalhe que também influencia bastante no efeito metabólico é a hora em que comemos. Comer muitas calorias no fim do dia ou durante a noite, quando o nosso sistema metabólico tem a atividade diminuída para o descanso, é uma certeza de que essas calorias serão estocadas nas células gordurosas.

Sendo assim, procure uma alimentação que promova mais o estímulo metabólico. Consuma mais vegetais, carnes e gorduras boas; e evite certos alimentos e bebidas ricas em açúcar e frutose, além de refinados e processados (pizza, refrigerantes, sucos industrializados e sorvetes) que além de levarem à inibição metabólica promovem a supressão da tireoide e, com isso, a não liberação de hormônios importantes na geração da energia  química.

O mecanismo que ocorre é o desequilíbrio dos ácidos graxos essências por inibição da enzima  delta 6 desaturase, ocasionando uma redução na produção de prostaglandinas 1 e 3, consideradas como poderosas estimuladoras do sistema metabólico.

O que gera o desequilíbrio da delta 6 desaturase ?

Entre os fatores que geram o desequilíbrio da delta 6 desaturase podemos destacar:

  • O consumo excessivo de álcool, gordura hidrogenada (óleos vegetais, refinados, margarina); excesso de alimentos refinados, açúcar (balas, doces, frutas secas, suco de frutas industrializado), deficiência de proteínas  e outros elementos essenciais à nossa dieta.
  • Medicações como os esteroides e pílulas anticoncepcionais.
  • O estresse excessivo provoca também um aumento de ingestão alimentar. A glândula adrenal sob esse estresse  libera adrenalina e cortisol que também irão inibir a delta 6 desaturase.
  • A deficiência de certos nutrientes que estimulam a produção e liberação das prostaglandinas 1 e 3, como vitamina B, caroteno, B5, B3, B6, biotina, vitamina C e vitamina E, minerais como zinco e magnésio, aminoácidos essenciais e, o mais importante, os ácidos graxos essenciais. Estes últimos são determinantes na produção e estimulação das células gordurosas marrons.

Então, se você quer estimular o seu metabolismo consuma uma alimentação rica em fibras, vegetais e gorduras boas e pobre em gordura hidrogenada, frutose e açúcar refinado. Cuide também de ter uma suplementação adequada de ácidos graxos essenciais, cofatores, certas vitaminas, minerais, aminoácidos e reposição hormonal se necessária.

Além desta atenção aos fatores alimentares você deve também procuar fazer exercício físico. Para isso aconselho que você adote o Treino de Alta Intensidade Supra-aeróbico, descrito no meu livro “20 Minutos e Emagreça”.

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Referências bibliográficas:

  • Public Health Nutrition October 19, 2010:1-10.
  • Am J Clin Nutr, 1995;62:746-750.
  • Am J Clin Nutr, 2004;79:268-273
  • Nautilus, September, 1995;36-37
  • Livro Atleta no século XXI. Editora Gaia
  • Livro 20  Minutos e Emagreça. Editora Gaia
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