Mito da Gordura Saturada: Por Que ele Continua, se todas as Evidências Mostram que é Falso?

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Nos últimos 60 anos, nós fomos convencidos a pensar que a gordura saturada era o grande vilão. A solução dada pelas autoridades médicas convencionais era que todos evitassem, a qualquer custo, gorduras saturadas.

A orientação que passou a ser um MANTRA: até hoje, muitas pessoas e até médicos orientam que se troque a gordura saturada por carboidratos e óleos polinsaturadas ricos em ômega 6, para melhorar o seu metabolismo a reduzir o seu risco cardíaco.

Porém, na prática, o que se está vendo é um genocídio alimentar, pois as doenças como obesidade, diabetes, doença cardiovascular, demência, Alzheimer e câncer só aumentam.

Como a gordura saturada se tornou uma vilã

Em 1953, o pesquisador Ancel Keys publicou um estudo que serviu de base científica para suportar a hipótese de que gordura saturada induzia doença cardíaca.

Completando esse “trabalho”, entre 1958 e 1970, ele conduziu o estudo dos Sete Países, aonde correlacionava de modo amplo a ligação entre gordura saturada e doença cardíaca.

Dessa forma, a comunidade cientifica aceitou sem resistência essa hipótese, como algo consumado. Aí começava a grande derrocada de saúde. É impossível estimar quantas pessoas morreram prematuramente pela persistente promulgação desse modelo alimentar, que cresceu baseado em estudo falso, e que desde então tem sido desmascarado pela maioria das décadas de pesquisas posteriormente publicadas.

Na verdade, esse estudo dos Sete Países foi realizado com 22 países, mas só 7 deles se correlacionavam com o que ele queria provar. Todos os estudos conduzidos e avaliados novamente não chegaram à mesma conclusão de Ancel Keys, e o que se conclui é que:

Dietas com pouca porcentagem de gorduras tem alta incidência de doença cardiovascular e dietas com alta porcentagem de gorduras saturadas apresentam baixa incidência de doença cardiovascular.

Resumo:

Gordura saturada é protetora cardíaca, se você consome a do tipo certo!

Porém, as autoridades continuam a sua missão de tornar o colesterol o grande vilão, fortemente influenciada pela indústria farmacêutica das estatinas, a medicação mais receitável da história.

Mas lembre-se, o que os estudos realmente mostram é que o grande vilão é o excesso de açúcar na alimentação, gorduras polinsaturadas ômega 6, basicamente derivadas de óleos vegetais hidrogenados ou parcialmente hidrogenados.

Nos Estados Unidos, entre 1961 e 2011, cerca de 90% da ingestão calórica era proveniente de carboidratos e óleos vegetais refinados. A epidemia de doenças cardíacas ocorreu entre 1960 e 1970, sendo que antes de 1928 não havia nada descrito sobre esse tipo de problema na América.

Os estudos são muito claros ao mostrar que os óleos vegetais refinados e industrializados geradores de gordura trans (óleos vegetais polinsaturados ricos em ômega 6) foram os grandes responsáveis por esse epidemia.

Agora, veja as consequências cardiometabólicas de substituir gorduras saturadas boas por carboidratos e óleos polinsaturados com ômega 6, promovendo a síndrome metabólica.

O que acontece ao substituir as gorduras saturadas boas

Quando se reduz a gordura saturada e aumenta-se a ingesta do carboidrato, é quando o alimento perde o gosto. Para tornar o alimento mais interessante, a indústria alimentar o torna pior, pois adiciona frutose sintética, sal e outros elementos que dão sabor, causando a disfunção metabólica que leva o ganho de peso, aumenta o risco de diabetes e doença cardíaca.

Antes de 1900, a média de ingesta de óleos vegetais era menos de 0,5 kg por ano, mas em 2000 essa média aumentou para 35 kg por ano. Nós nunca tivemos a habilidade de consumir muito desses óleos vegetais embutidos no alimento processado. Isso distorce excessivamente a relação ômega 3:ômega 6, com efeito pro-inflamatório exagerado. Esse consumo:

  • reduz a relação Apo(a) / Apo(b) (aterogênico);
  • aumenta o LDL oxidado (que é o lesivo);
  • reduz HDL colesterol (bom colesterol);
  • aumenta o triglicérides;
  • aumenta inflamação;
  • aumenta risco de tromboses;
  • compromete a sensibilidade à insulina e leptina;
  • aumenta ganho de peso;
  • aumenta risco cardiovascular ;
  • aumenta risco de diabetes;
  • aumenta risco de câncer;
  • aumenta mortalidade por todas as causas;
  • aumenta acúmulo de gordura visceral ;
  • aumenta pressão arterial.

Recentemente o JAMA publicou estudo mostrando que uma dieta com pouca gordura resulta numa redução enorme em expedição de energia, um padrão lipídico patológico, e aumento de resistência à insulina, quando comparado com uma alimentação com pouco carboidrato e índice glicêmico baixo.

Evidências científicas de que a gordura saturada NÃO é a vilã

Revisão científica publicada em 2015 no British Medical Journal (BMJ), escrita por um especialista em Cardiologia Intervencionista em Londres, Dr.Aseem Malhotra, mostra que tudo o que é conhecido até hoje sobre a ingestão de gordura saturada e doenças cardíacas não apoia qualquer associação significativa entre gordura saturada e risco cardiovascular.

O Dr. Malhotra relata que dois terços das pessoas internadas em hospitais com infarto agudo do miocárdio têm níveis de colesterol completamente normais. Ele também menciona um ensaio controlado aleatoriamente publicado recentemente, que foi interrompido logo após mostrar que, em pessoas de alto risco, a dieta mediterrânea conseguiu uma melhoria de 30% em relação a uma dieta de baixo teor de gordura em termos de eventos cardiovasculares.

Análise de dados de 72 estudos separados sobre risco cardíaco e ingestão de ácidos graxos, realizados pela Universidade de Cambridge, cuja meta-análise maciça incluía dados de 600.000 participantes em 18 países, concluiu que a gordura saturada NÃO está ligada ao risco de doença coronariana.

Um editorial publicado no Archives of Internal Medicine, em 1992, realizado pelo Dr. William Castelli, ex-diretor do estudo Framingham Heart, declarou que:

“Quanto mais gordura saturada se come, mais colesterol se ingere, mais calorias se absorve, menor o colesterol sérico da pessoa. O oposto do que Keys e colaboradores previram … Nós descobrimos que as pessoas que comeram mais colesterol, comeram a gordura mais saturada, comeram a maioria de calorias, pesaram menos e eram fisicamente mais ativas.”

Uma meta análise de 2010, que reuniu dados de 21 estudos e incluiu quase 348.000 adultos, não encontrou diferença nos riscos de doença cardíaca e acidente vascular encefálico entre as pessoas com as menores e maiores ingestões de gorduras saturadas.

Outro estudo de 2010, publicado no American Journal of Clinical Nutrition, descobriu que uma redução na ingestão de gordura saturada deve ser avaliada no contexto de substituição por outros macronutrientes, como carboidratos.

Uma meta análise de 2014 publicada nos Annals of Internal Medicine usou dados de quase 80 estudos e mais de meio milhão de pessoas. Eles descobriram que aqueles que consomem maiores quantidades de gordura saturada não têm mais doenças cardíacas do que aqueles que consomem menos. Também não foram encontradas menos doenças cardíacas entre aqueles que comem maiores quantidades de gordura insaturada, incluindo tanto o azeite como o óleo de milho.

Quando você substitui a gordura saturada por uma maior ingestão de carboidratos, particularmente carboidratos refinados, você exacerba a resistência à insulina e obesidade, aumenta os triglicérides e pequenas partículas de LDL e reduz o colesterol HDL benéfico. Os autores afirmam que os esforços dietéticos para melhorar o seu risco de doença cardiovascular deve enfatizar principalmente a limitação da ingestão de carboidratos refinados e redução de peso.

Como manter a sua saúde e evitar doenças cardíacas

A resistência à insulina e leptina é a base da maioria das doenças crônicas, incluindo doenças cardíacas, e para se evitar esses problemas deve-se manter a eficiência desses hormônios, com as seguintes medidas:

  • Evitar açúcar, frutose, grãos e alimentos processados;
  • Consumir uma dieta saudável de alimentos integrais, orgânicos, dentro do possível e substituir os carboidratos e grãos com:
  1. Grandes quantidades de vegetais;
  2. Proteína de alta qualidade em quantidade moderada (animais criados a pasto);
  3. Gordura saudável de alta qualidade (saturado e mono-saturado) e em grande quantidade, representando de 50-70% da dieta, e pouca ou nenhuma gorduras refinadas, especialmente óleos vegetais refinados.

Gorduras saturadas são os melhores óleos para cozinhar

Sebo é uma gordura que vem de vacas e banha é uma gordura que vem de porcos. Ambas são gorduras animais usadas na culinária, e além destes, temos a manteiga. Como são gorduras saturadas, elas não oxidam quando aquecidas.

Como opção vegetal temos o óleo de coco e palma, que também não oxidam.

Benefícios da gordura saturada

  • Fornece matéria prima para membranas celulares, hormonas e substâncias semelhantes a hormônios;
  • Aumenta a absorção de minerais, tais como cálcio;
  • Aumenta a captação de vitaminas lipossolúveis importantes A, D, E e K;
  • Permite a conversão de caroteno em vitamina A;
  • Reduz os níveis de colesterol (ácidos palmítico e esteárico);
  • Age como agente antiviral (ácido caprílico);
  • Excelente combustível para o cérebro;
  • Promove saciedade;
  • Modula a regulação genética;
  • Aumente a defesa contra o câncer (ácido butírico).

Portanto, as evidências científicas mostram que a gordura saturada é uma parte necessária para uma dieta saudável para o coração e desbanca firmemente o mito de que a ela promova doenças cardíacas.

Referências bibliográficas:

  • BMJ October 2013
  • merican Journal of Clinical Nutrition March 2010: 91(3); 502-509
  • nnals of Internal Medicine March 18, 2014
  • BMJ 2015;351:h3978
  • Sinal verde para a carne vermelha. Dr. Wilson Rondó Jr., 2011
  • Óleo de coco: a gordura saudável. Dr. Wilson Rondó Jr. 2011
  • Óleo de coco: a gordura que pode salvar sua vida . Dr. Wilson Rondó Jr. 2015
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