Depressão, a vida por um fio

Como encarar essa doença que está se tornando uma epidemia no mundo moderno e fazer as pessoas recuperarem o prazer de viver.

Uma doença séria afeta 20% da população adulta e leva 15% ao suicídio: a depressão, mais prejudicial à saúde do que todos os efeitos negativos causados por estresse, poluição e alimentos empobrecidos e repletos de toxinas. Ela atinge duas vezes mais mulheres do que homens e a incidência aumenta quando há casos na família.

Hoje, poderosos antidepressivos são usados para combater esse mal, responsável por 66% dos suicídios em geral. Só que, estranhamente, um em cada 60 usuários dessas drogas ainda tenta o suicídio, quase dez vezes mais do que as tentativas entre pacientes tratados apenas com placebo. Umas das possíveis explicações é que os antidepressivos elevam artificialmente a serotonina no organismo, o que faz a pessoa sentir-se melhor.

Mas o preço a pagar, além da possibilidade de suicídio, são efeitos colaterais como tiques incontroláveis (resultados de dano cerebral severo e permanente), dependência do remédio em cerca de 50% dos pacientes, disfunções sexuais em 60% ou mais, alucinações visuais, tonturas, náusea, ansiedade e resistência ao remédio em 35% dos pacientes tratados por longo período. E sabe-se que o Prozac pode estimular o crescimento de tumores cerebrais, por bloquear a habilidade natural do organismo de se defender.

Sintomas e tratamento

Pessoas com depressão apresentam com freqüência quatro ou mais desses sintomas: falta de sono ou sono excessivo, perda de energia, diminuição notável de interesse por quase todas as atividades, choro fácil, indecisão, sentimentos excessivos de culpa, dificuldade para pensar ou se concentrar, alterações no apetite, agitação, reflexos lentos, idéias mórbidas ou suicidas. Antidepressivos indicam-se apenas em depressões moderadas e severas – as leves podem ser tratadas de outros modos. O acompanhamento médico é importantíssimo, sobretudo se o paciente nunca fez uso desse tipo de remédio e se houver mudança na dosagem. Nas primeiras semanas, quando ocorre a maioria dos suicídios, a atenção deve ser maior. Com a medicação, os sintomas costumam desaparecer em 3 ou 4 meses, mas o tratamento segue por mais 6 meses para prevenir recaídas, comuns em 70% dos pacientes que interrompem o tratamento antes. Novos antidepressivos prometem efeitos colaterais bem menos preocupantes. É esperar para ver.

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