Você teria coragem de comer uma carne desenvolvida em laboratório?

Depois de cinco anos de muitas tentativas, finalmente os cientistas conseguiram criar uma carne de laboratório. Recentemente eles desenvolveram o primeiro hambúrguer de laboratório que foi revelado e aprovado. Esse hambúrguer foi criado a partir de células tronco de gado, ao custo de 330 mil dólares.

Então, será que essa é a alimentação do futuro?

A carne de laboratório está sendo chamada de alimento do futuro, podendo alimentar o mundo sem danos ambientais criado pelos confinamentos que produzem grande parte da carne atualmente.

Uma coisa é certa, a carne de laboratório tem lá os seus benefícios. Veja:

– redução de confinamentos e abate de animais como alimento;

– redução de risco de Salmonela e Doença da Vaca Louca;

– benefício do ambiente, uma vez que o confinamento gera o aumento de emissão de gases na atmosfera provocando aquecimento global e poluição em rios.

Mas, e o paladar?

Depois de experimentar essa nova descoberta, um dos indivíduos achou o paladar bem parecido com o da carne animal, enquanto outro a descreveu como um bolo de proteína animal.

Será que esse consumo é seguro?

O que sabemos é que que pode levar anos até que a produção da carne de laboratório se torne viável comercialmente, mas será que esse hambúrguer de laboratório é mesmo seguro?

Apesar de haver uma tendência de se acreditar que alimentos criados pelo homem sejam tão seguros quanto os alimentos naturais, na prática isso pode não ser verdade.

Observe o que acontece com os alimentos transgênicos: eles são rotulados como substancialmente equivalentes, mas cada vez mais se comprova que se trata de algo bem diferente do natural, como por exemplo, o leite de vaca tratada com hormônio do crescimento sintético, conhecido por rBGH. Essa versão de leite com hormônio sintético difere do leite natural nutricionalmente, farmacologicamente, imunologicamente e hormonalmente. Além de causar problemas de saúde ao animal esse hormônio está também relacionado com o câncer em humanos.

Agora veja uma avaliação feita no milho transgênico comparado com o não-transgênico: observou-se que o milho natural contém 437 vezes mais cálcio, 56 vezes mais magnésio e 7 vezes mais manganês do que o milho transgênico.

Na Nova Zelândia, uma vaca foi clonada através de engenharia genética que produz leite sem a proteína BL6 que causa alergia, porém com o dobro de concentração de caseína e outras proteínas do leite que também estão correlacionadas com alergia e doenças autoimunes como a diabetes tipo 1.

Na verdade, quando plantas, animais ou células são expostas ao DNA externo ou criado em laboratório usando tecnologias experimentais, literalmente tudo pode acontecer. Isso ficou claro quando Daisy, a vaca clonada geneticamente, nasceu sem o rabo. Imagine só o que mais pode ter ocorrido e que ainda está escondido?

Portanto, alimentos criados pelo homem têm algumas alterações óbvias e algumas nem tanto, diferente dos alimentos naturais que nos dá uma ideia do que a carne de laboratório poderá ser, comparada com a de origem natural ao longo do tempo.

Qual então é a solução real para a fome do mundo?

Apesar de haver muitos benefícios tecnológicos, eu particularmente desacredito que carne criada em laboratório vai fornecer os mesmos benefícios nutricionais que a carne produzida tradicionalmente. Além disso, tenho a preocupação que ela será completamente livre de algum tipo de efeito colateral (apesar da carne de gado confinado não ser uma alternativa muito saudável).

Portanto, em nível nutricional e de segurança, não há milagres para resolver a fome no planeta.

A solução realística é o gado criado em pasto uma vez que ele não compromete as práticas agrícolas e pode não somente reduzir drasticamente a poluição, mas também produz uma carne nutricionalmente superior.

Ao contrário do que popularmente se acredita, criar animais confinados não é uma prática barata, como solução eficiente para alimentar o mundo! Alimentar animais confinados em grande quantidade exige um aporte alimentar na forma de grão.

Por outro lado, os animais criados em pasto natural, em sistema rotacional, é algo sustentável e muito produtivo, além de mais saudável e nutricionalmente mais rica.

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Referências bibliográficas:

– StarTribune August 5, 2013

– FDA Animal Cloning

– New Hope 360 Blog October 3, 2012

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