Bronzeamento e inflamação: Entenda a relação entre eles

Se você é daquelas pessoas que adoram ficar expostas ao sol, ainda mais agora sabendo da importância dessa exposição na produção da vitamina D, lembre-se que o bom é o inimigo do ótimo!

Acontece que depois de passar horas e horas sob o sol, muitas pessoas reclamam de se sentirem avermelhadas, quentes e com um enorme desconforto na pele. Entretanto, outras pessoas relatam que conseguem passar longos períodos expostas ao sol sem sentir absolutamente nada. Essas pessoas não apresentam desconforto nem queimaduras e, veja, quanto menos queimaduras, menor é o risco de desenvolver câncer de pele.

Você pode estar se perguntando: como elas conseguem isso?

A resposta está na forma como a alga Haematococcus pluvialis se protege contra a radiação ultravioleta intensa. Quando seu suprimento de água se seca, a alga é forçada a gerar um automecanismo de defesa. Nesse momento ela produz um pigmento chamado astaxantina, que cria uma barreira protetora, e por isso recebe o nome de protetor solar natural.

Quando você consome esse pigmento, você acaba desenvolvendo o seu próprio protetor solar interno. Em outras palavras, o mesmo pigmento antioxidante poderoso que protege a alga contra os raios solares pode ajudá-lo a se proteger também.

 

Queimadura solar é na verdade um processo inflamatório.

Acredita-se atualmente que a astaxantina é o antioxidante mais poderoso encontrado na natureza. Ela pertence à família dos carotenóides que são pigmentos naturais com poderosa ação antioxidante. Estima-se que existam cerca de 700 tipos destes carotenóides na natureza, mas a maioria das pessoas só reconhece alguns como o betacaroteno, o licopeno e a luteína.

Como uma analogia, o modo como a alga produz a astaxantina é similar ao modo como as nossas células da pele produzem melanina em resposta ao excesso de exposição ao sol.

Tanto a astaxantina quanto a melanina protegem a alga contra o excesso da radiação ultravioleta.

Astaxantina age como um protetor solar interno.

Estudos iniciais realizados no Japão descobriram que através da ingestão de astaxantina os camundongos podiam ficar mais tempo expostos à radiação UV sem se queimar ou apresentar danos na pele. Esse estudo também foi reproduzido em humanos onde se observou o mesmo resultado. As pessoas puderam ficar mais tempo expostas ao sol sem apresentar sinais de queimaduras.

Isso mostra que com a utilização da astaxantina é possível reduzir os riscos de desenvolver queimaduras solares que estão correlacionadas com o envelhecimento e com o câncer de pele.

Porém, são necessárias várias semanas de uso diário de astaxantina para se atingir o nível de proteção contra a radiação ultravioleta e para a melhora do equilíbrio, hidratação e elasticidade da pele.

Pessoas com dificuldades de absorção de carotenóides (cerca de 15% da população) podem demorar mais tempo para desenvolver essa proteção ou até mesmo não alcançarem os benefícios proporcionados pelo nutriente.

Outro fator importante diz respeito ao fato de que a astaxantina é um nutriente lipossolúvel, ou seja, solúvel em gordura. Então, convém que esse nutriente seja ingerido com uma pequena quantidade de manteiga, óleo de coco, ômega 3 ou ovo, para garantir sua melhor absorção.

Além dessa ação na pele, veja a impressionante quantidade de benefícios que esse carotenóide pode trazer:

 

– melhora o sistema imunológico;

– melhora a saúde cardíaca;

– reduz o triglicérides e a proteína C reativa e melhora o HDL colesterol;

– protege os olhos contra catarata, degeneração macular e cegueira;

– protege contra demência e Doença de Alzheimer;

– reduz o risco de câncer (como o de mama, intestino, vesícula, etc.) pela estimulação da apoptose (morte de célula cancerosa) e inibição da lipoperoxidação (oxidação das gorduras);

– alivia refluxo e indigestão;

– estabiliza a glicemia;

– melhora rendimento físico e a recuperação pós-treino;

– melhora a fertilidade devido ao aumento da quantidade e resistência do espermatozóide;

reduz o dano oxidativo ao DNA;

– reduz a inflamação de todos os tipos, incluindo artrite e asma; e

– reduz sintomas de pancreatites, esclerose múltipla, artrite reumatóide, doença de Parkinson e processos neurodegenerativos.

 

Referência bibliográfica:

Seki et al., 2001. Effects of astaxanthin from Haematococcus pluvialis on human skin. Fragrance Journal 12:98-103

– Arakane, Y. Superior skin protection via Astaxanthin. Cartenoid Science,   April 2002, Vol. 5

– Yamashita, E. Effect of a Dietary Supplement Containing Astaxanthin on Skin Condition. Carotenoid Science, 2006, Vol. 10: 91-95.

Journal of Dermatological Science, 1998, Mar, 16(3):226-30

Journal of Dermatological Science, 2010, May, 58(2):136-42

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