6 Alternativas ao Leite de Vaca (Evite a terceira!)

copos sobre uma mesa contendo vários tipos de leite

Quando uma criança tem alergia ao leite de vaca (pasteurizado), geralmente os pais ficam sem saber o que fazer. Costumo receber muitos questionamentos nesses casos sobre quais seriam as melhores alternativas. Bom, você pode facilmente encontrar em supermercados uma gama de alternativas ditas saudáveis para substituir o leite de vaca…Mas, será elas são de fato saudáveis?

Vamos avaliar essas alternativas ditas “saudáveis” uma por uma:

1- Leite de arroz: consumir leite de arroz industrializado parece uma escolha inteligente, mas não é tão saudável como parece, especialmente as fórmulas comerciais. Mas, o que é esse leite? Nada mais que a combinação de arroz, água, adoçante, espessante e normalmente certos nutrientes, como vitaminas A, D e E.

Além de não ter nada que seja saudável, contém um ingrediente perigoso: arsênico. Devido as suas condições de crescimento e fisiologia, o arroz contém cerca de 10 vezes mais arsênico do que os outros grãos. Segundo estudo apresentado pelo Consumer Report, a concentração de arsênico no arroz excedeu 100 ppb, quando o máximo permitido em água potável é 10 ppb.

Portanto, leite de arroz não passa de água, multivitaminas, adoçante e arsênico! E veja o que o arsênico causa:

Muito usado em pesticidas, sua maior contaminação é na forma de contato ocupacional. Está presente na água potável, cuja exposição crônica está correlacionada com câncer de bexiga, pulmão, pele, rins, fígado, vias aéreas e próstata. Exposição a níveis baixos de arsênico está correlacionada com náuseas e vômito, redução de glóbulos vermelhos e brancos, arritmias, lesão de vasos sanguíneos e sensação de formigamento nas extremidades. Com o tempo pode causar o escurecimento da pele.

2 -Leite de coco: é rico em antioxidantes e vitaminas C, E e B, além de magnésio, potássio, fósforo e ferro. Produzido a partir do sumo extraído da polpa de coco ralado e água. Contém ácido láurico, um tipo de triglicerídeo de cadeia média, de fácil digestão e que atravessa a membrana celular com extrema facilidade.

Cerca de 50% do óleo de coco é composto por ácido láurico, altamente eficiente na destruição de vírus, bactérias e protozoários. O leite de coco com os seus TCM promovem perda de peso, melhoram a sensibilidade à insulina e a tolerância à glicose.  Além disso, não possui lactose, sendo perfeito para quem tem intolerância.

Mas nem tudo são flores quando o assunto é o leite de coco. Quer dizer, o leite de coco em si é excelente, o problema é quando ele é vendido enlatado. Nesse caso, não recomendo o uso, e isso vale para qualquer produto armazenado em latas! Eles certamente contém BPA’s, que são muito desfavoráveis para a saúde (clique aqui para ver um post só sobre o BPA).

Então, prefira sempre o leite de coco que é vendido em embalagem de vidro!

3 -Leite de soja: atualmente, quase toda soja é transgênica, contendo um ingrediente ativo do herbicida RoundUp (chamado glifosato), que é responsável por alteração do equilíbrio hormonal do ciclo reprodutivo feminino.

O glifosato é tóxico para a placenta, podendo levar até a perda do bebê. Os estudos mostram que mães que tiveram contato com glifosato durante a gestação têm maior risco de defeitos genéticos.

Considerado “provável carcinogênico”, o glifosato compromete a função celular, podendo induzir a doenças como Autismo. Além do problema dos transgênicos, os produtos de soja não fermentados estão correlacionados com comprometimento da função tireoidiana, distúrbio reprodutivo, infertilidade, além de câncer e doença cardíaca. Contém muitos antinutrientes, como os phytalatos, que só são reduzidos quando o produto é fermentado por longos períodos.

4 – Leite de amêndoas: amêndoas são uma excelente fonte de proteínas, gorduras boas e antioxidantes, além de compostos fenólicos e flavanoides. Porém, infelizmente, a maioria dos leites de amêndoa prontos não são exatamente o que se supõe que sejam.

Na verdade, quando você compra esses leites prontos, eles contém quase nada de amêndoas diluídos em água, açúcar e fortificados com vitaminas A, E e D.

Para se conseguir algum benefício nutricional, não adianta tomar um copo desse leite. Você precisaria tomar a caixinha inteira! Para que você realmente obtenha benefícios do leite de amêndoas, é melhor que você mesmo o faça. Assim, terá ao mesmo tempo um produto econômico e saudável, se comparado com as versões prontas de mercado. E lembre-se de procurar amêndoas orgânicas e que não tenham sido submetidas à pasteurização!       

5 – Leite cru: esta é uma “alternativa” ao leite pasteurizado, que certamente provém de animais confinados. Já o leite cru natural provém de vacas criadas a pasto e tem muitos benefícios para a saúde que o pasteurizado não tem. Exemplos:

  • É rico em bactérias boas, saudáveis para o trato digestivo;
  • Tem mais de 60 enzimas digestivas, fatores de crescimento e imunoglobulinas;
  • Abundante em ácido linoleico conjugado (CLA), que ajuda na prevenção do câncer e no emagrecimento;
  • Contém aminoácidos, proteínas e gorduras altamente digeríveis;
  • Rico em vitaminas (A, B, C, D E e K) e minerais (cálcio, fósforo, magnésio e ferro) que são facilmente absorvidas pelas bactérias boas do intestino.E mais: os benefícios são maiores caso seja leite do tipo A2 (clique aqui para ver um artigo onde explico o que é o leite A2).

6 -Leite de cabra: além de ser um leite rico em gorduras e em nutrientes essenciais para o crescimento e desenvolvimento da criança, tem estrutura similar ao leite materno e contém glóbulos de gorduras menores do que o leite de vaca, o que o torna mais facilmente digerível.

Se você é alérgico à proteína do leite, terá mais facilidade de digeri-lo, já que contém cadeias de proteínas de aminoácidos mais curtos do que leite de vaca. É bem tolerado por indivíduos alérgicos a leite de vaca, pois normalmente tem menos lactose.

Tem menos calorias, menos proteína e menos da metade de sódio que o leite de vaca. Aconselho consumir sempre fresco, pois com o passar do tempo na geladeira adquire um gosto muito forte.

Referências bibliográficas:

  • Business Insider April 17, 2015
  • Obes Res. 2003 Mar;11(3):395-402.
  • Plant-Pesticides Risk and Benefits Assessments
  • J Agric Food Chem, 16 November 2008
  • EPA.gov Inorganic Arsenic (PDF)
  • Environmental Health Perspectives. 2007;115(6):A296.
  • Eur J Nutr, June 1999;38(3):143-148
  • Journal of Science and Food Agriculture 22:526-535, October 1971
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